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Cientista diz que Oscar Pistorius leva vantagem sobre outros corredores pelo uso de próteses

Biamputado, o sul-africano Oscar Pistorius usa próteses de fibras de carbono nas duas pernas - Dave Poultney/AP
Biamputado, o sul-africano Oscar Pistorius usa próteses de fibras de carbono nas duas pernas Imagem: Dave Poultney/AP

Das agências internacionais

Em Madri (Espanha)

15/08/2011 10h52

O atleta Oscar Pistorius, que participará com a equipe sul-africana do Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, conta com 10 segundos de vantagem graças às próteses de fibras de carbono com que compete nas pernas, segundo o cientista Ross Tucker.

Pistorius, multicampeão paraolímpico, conseguiu neste ano a marca mínima necesária para competir em Daegu com atletas "normais", uma vez que o Tribunal Arbitral Esportivo aceitou sua justificativa de que as próteses não lhe proporcionam vantagem alguma.

Em janeiro de 2008, a Federação Internacional de Atletismo proibiu o sul-africano de competir em Mundiais absolutos baseado na conclusão de um estudo elaborado por um professor alemão Gert-Peter Brueggemann, mas a decisão foi revogada pelo TAS, baseada em provas fornecidas por especialistas em biomecânica de uma universidade americana.

De acordo com Ross Tucker, a decisão do Tribunal, que ocorreu em 2008, "foi uma farsa completa", pois levou em conta as provas de que Pistorius obteria uma vantagem injusta pelo uso das próteses.

"Creio que Pistorius não deveria correr pois tem uma vantagem enorme. Mesmo dois de seus cientitas que realizaram os testes para permití-lo correr publicaram recentemente um estudo que conclui que a vantagem pode chegar a 10 segundos", explica Tucker.

"A decisão do TAS foi uma farsa completa, como foram os testes que resultaram em sua capacitação para competir", diz o cientista, que compara o avanço do uso de próteses no atletismo com a engenharia da Fórmula 1.

Segundo o cientista, há evidências de que Pistorius, graças às próteses, usa 25% menos de oxigênio do que os corredores sem deficiência nos 400m livre.

"Nestas circustâncias, o atleta é mais econômica, no que se trata de velocistas fundistas."

Tucker lembra que um dos cientistas da Universidade de Rice, Peter Weyand, que defendeu Oscar Pistorius no Tribunal, recorda que um dos cientistas da Universidade Rice, lançou oito meses após a decisão uma investigação que mostra que o sul-africano, por causa de suas próteses, pode mesmo ter uma vantagem estimada em cerca de 10 segundos em uma corrida cuja marcas da elite são cerca de 44 segundos.