Incêndio florestal causa queimaduras graves em ultramaratonistas na Austrália

Um incêndio florestal na região turística de Kimberley, no oeste australiano, causou momentos de tensão neste sábado durante uma ultramaratona internacional deixando quatro pessoas gravemente feridas com queimaduras, além de fazer vários outros maratonistas serem internados após inalarem a fumaça e sofrerem desidratação.

A porta-voz do serviço médico Joanne Hill, que atendeu aos feridos, informou à agência Associated Press por telefone que duas mulheres, Turia Pitt, de 24 anos, e Kate Sanderson, de 36, foram levadas em estado grave para um hospital em Darwin após de 60 a 80% de seus corpos queimados. Pitt tem complicações nos rins e precisa passar por uma cirurgia. Dois homens entre 40 e 50 anos também sofreram queimaduras, mas em proporções menores.

A corrida que duraria três dias tendo início na sexta-feira, teve de ser cancelada sem a disputa da parte final no domingo depois do ocorrido. Os organizadores postaram uma mensagem nas páginas de Facebook dos corredores para avisar às famílias que eles se queimaram em um incidente.

“Todos os nossos sentimentos estão com os competidores da ultramaratona Kimberley, que foram queimados ontem por um incêndio florestal. Lamentamos não podermos dar mais detalhes no momento, mas a família dos participantes e aqueles afetados serão contatados”, informou nota oficial do evento.

A ultramaratona faz parte de uma série de provas pelo mundo e os organizadores disseram há um mês que teriam 100 competidores de 30 países no evento.

“Os corredores não tiveram como escapar, uma vez que o fogo entrou pela garganta e eles ficaram presos”, explicou Joanne Hill.

O atleta Oskar Booth, de 24 anos, descreveu a situação como “horror” com a forma como os competidores foram surpreendidos pelo fogo perto ao parque El Questro Wilderness.

“Eu estava liderando a corrida e quando saímos do segundo posto, entrou uma grande quantidade de fumaça, mas não podíamos ver as chamas. O fogo parece ter acelerado e deixou as pessoas presas. Eu podia ver nuvens espessas de fumaça e estava ficando difícil de respirar, foi quando eu percebi que era sério”, afirmou o atleta.

As queimadas são recorrentes na região de Perth. Em fevereiro deste ano várias pessoas foram desabrigadas após terem suas casas queimadas pelo fogo que se alastrou pelo local.