Pistorius nega crime premeditado em versão sobre o crime: "Estávamos apaixonados"

Oscar Pistorius divulgou pela primeira vez sua versão sobre a morte de Reeva Steenkamp. Em leitura de depoimento feita por seu advogado de defesa, o campeão paraolímpico negou a acusação de assassinato premeditado e afirmou que vivia um bom momento ao lado da modelo.

“Reeva me comprou um presente para o Dia dos Namorados. Nós estávamos profundamente apaixonados”, disse Pistorius.

De acordo com o campeão paraolímpico, Steenkamp e ele optaram por permanecer em casa na noite do crime ao invés de sair com amigos. Pistorius ficou assistindo televisão sem suas próteses enquanto a namorada fazia ioga. Ambos foram dormir, mas Pistorius acordou no meio da noite para fechar a janela da sacada. Ao voltar, ouviu um barulho estranho no banheiro e achou se tratar de um intruso.

“Me senti vulnerável por mim e Reeva. Estava escuro e pensei que ela estivesse na cama. Temi por possíveis intrusos. Atirei através da porta do banheiro e disse para Reeva chamar a polícia”, afirmou o atleta.

Pistorius afirmou dormir com uma arma debaixo do travesseiro por medo da criminalidade em Pretória. O campeão paraolímpico disse que já foi vítima de um assalto e que temia por sua vida. O atleta ainda alegou que tentou prestar socorro à namorada quando percebeu o engano.

“Reeva não estava na cama. Foi quando percebi que ela poderia estar no banheiro, que estava com a porta trancada. Chutei a porta para abri-la. Ela estava caída no banheiro e ainda estava viva. Eu chamei os paramédicos e tentei levá-la ao hospital”, disse Pistorius.

Sobre o taco de críquete ensanguentado encontrado pela polícia, Pistorius afirmou ter utilizado o objeto para arrombar a porta do banheiro, onde a namorada estava caída. Em seu pedido de fiança, o campeão olímpico ressaltou sua colaboração com a Justiça e afirmou não ter histórico de violência, o que justificaria sua soltura.

Durante a revelação do depoimento, Pistorius chorou muito e precisou ser amparado por familiares. O advogado de defesa chegou a interromper a leitura da declaração para que o atleta pudesse se recompor.