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Isinbayeva defende lei anti-gay russa e critica atleta que protestou contra

Das agências internacionais

Em Moscou (Rússia)

15/08/2013 13h22

Ela é o grande nome do Mundial de Atletismo de Moscou, recuperou sua condição de estrela ao levar o ouro no salto com vara e é a imagem que representa a Rússia na competição que o país sedia. Mas não ficou longe das polêmicas mesmo assim: Yelena Isinbayeva, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, defendeu a lei anti-gay do país europeu.

Além disso, também criticou uma atleta que competiu com as unhas pintadas nas cores do arco íris, um símbolo da causa homossexual. “É desrespeitoso para com nosso país, com nossos cidadãos. Nós temos nossas leis e todos têm que respeitar. Quando vamos a outros países nós tentamos seguir suas regras”, declarou.

Ela se referia a sueca Emma Green-Tregaro, que competiu nas eliminatórias do salto em altura com as unhas coloridas, em protesto à lei anti-gay russa, que proíbe todo ato de ‘propaganda’ homossexual ante menores.

A nova lei permitirá sancionar quem divulgar informação para formar nos menores "orientações sexuais não tradicionais", ou para "apresentar como atraentes as relações sexuais não tradicionais". Também poderão ser punidos os que se dedicarem a divulgar "a ideia tergiversada de que as orientações sexuais tradicionais e não tradicionais têm igual valor social" e os que "impuserem informação sobre as relações sexuais não tradicionais que provoque o interesse por essas relações". Por todos esses conceitos poderão ser impostas multas de 4 mil ou 5 mil rublos (cerca de 100 euros) aos sujeitos físicos, e de 40 mil a 50 mil rublos (cerca de 1 mil euros) às pessoas com cargos.

“Nós nos consideramos pessoas normais, vivemos os garotos com as garotas, as garotas com os garotos. Isso vem desde sempre”, disse Isinbayeva nesta quinta-feira.

Isinbayeva também é embaixadora das Olimpíadas de Inverno de 2014, que serão em Sochi, na Rússia. Ela disse esperar que a lei não cause um boicote à competição.

“Claro que não suporto o boicote. Também sou contra essa polêmica e fico triste que atletas sejam envolvidos nela. Não estamos proibindo que alguém participe da competição mesmo que tenha relações fora das tradicionais”, finalizou a russa.