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Testemunha diz que Pistorius teve outro caso de tiro acobertado por amigos

Do UOL, em São Paulo

05/03/2014 09h23

O terceiro dia de julgamento do atleta Oscar Pistorius pelo assassinato da namorada Reeva Steenkamp, em fevereiro do ano passado, teve depoimento de uma testemunha sobre um outro caso de tiro com arma de fogo que envolveu o velocista cerca de um mês antes da morte de Reeva.

O boxeador Kevin Lerena disse que Pistorius, de 27 anos, recebeu a pistola de seu amigo Darren Fresco por baixo da mesa. Na sequência, já com a arma na mão, Pistorius efetuou um disparo contra o chão, o que causou um completo silêncio entre os clientes do restaurante. Segundo Lerena, o velocista teria pedido a Fresco para assumir a responsabilidade pelo tiro. 

A testemunha ainda contou que Fresco aceitou e mentiu aos donos do local, Jason e Maria Loupis, ao dizer que tinha sido ele o responsável pelo disparo dentro do estabelecimento. Após falar com os proprietários do restaurante, Pistorius e seus três amigos pagaram a conta e deixaram o local sem denunciar o fato às autoridades.

Jason e Maria Loupis deram depoimentos separados na sequência, e confirmaram a história contada por Lerena. A Promotoria espera usar o caso no restaurante para traçar um perfil de pessoa violenta em Pistorius, para auxiliar na condenação pela morte de Reeva. 

Pistorius alega que matou a namorada acidentalmente após achar que havia um bandido invadindo sua casa. A duração do julgamento está prevista em três semanas, tempo no qual mais de cem testemunhas ainda serão ouvidas.

O caso ganhou ampla cobertura da mídia local. O julgamento de Pistorius está sendo transmitido pela TV aberta na África do Sul. O velocista corre o risco de ser condenado à prisão perpétua pela morte da namorada. A Promotoria defende que o atleta matou Reeva a sangue frio, com premeditação, enquanto a defesa sustenta a tese de que Pistorius confundiu a modelo com um invasor.