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Tribunal Israelense mantém proibição a atleta olímpico de sair de Gaza

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

08/04/2014 14h37

O Tribunal Supremo de Israel confirmou nesta terça-feira a proibição do atleta Nader al-Masri de deixar Gaza para competir em uma maratona internacional na cidade de Belém, na Cisjordânia. O corredor é o melhor fundista palestino e um dos melhores árabes, com uma participação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. 

O exército israelense controla desde 2007 a estrada que liga as duas regiões da Palestina e apenas pessoas com sua autorização podem deixar Gaza. Al-Masri, de 34 anos, treina com ajuda da Federação de Atletismo da Palestina e pretendia fazer em Belém uma de suas últimas provas em alto nível. 
 
“Estou realmente deprimido e chocado com a decisão de não me deixarem abandonar Gaza. Não vejo justificativa alguma, além de isolar atletas de Gaza e destruir suas ambições e aspirações”, declarou o atleta, segundo a agência EFE. 
 
As Forças Armadas de Israel alegam que o corredor não cumpre nenhum dos requisitos para a liberação. Com ajuda da Gisha, uma organização israelense de direitos humanos que luta pela liberdade de movimentos da população palestina, ele entrou então com um recurso na justiça, que agora não foi aceito. 
 
O juiz Daphne Barak-Erez argumentou em seu despacho que “diante das atuais circunstâncias, a petição não poderia ser aceita, pois não existe espaço legal para intervir neste momento, já que o Ministério da Defesa tomou esta decisão a seu critério”. 
 
Por outro lado, Al-Masri alega que já viajou por Israel no passado sem confusões ou impedimentos. “Fui até a Cisjordânia passando por Israel em 2009 e não tive nenhum problema de segurança. Não sei o motivo de agora Israel não querer me deixar ir, depois que passei todo o último mês trabalhando para me preparar para esta maratona”, afirmou. 
 
Presidente da Federação de Atlestismo Palestina, Nadir Hallaweh, disse que tentou de tudo para conseguir a liberação do atleta e reclamou da postura israelense. “Está claro que Israel se dedica apenas a restringir a liberdade de movimento da população de Gaza, algo que é uma violação flagrante do direito internacional e das convenções de Genebra”, disparou. “Proibir gente inocente de viajar ao exterior para atividades educativas, tratamento médico ou simplesmente para participar de eventos desportivos, como faz Israel, é um crime de Guerra”, concluiu.