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Ex-recordista dos 100 metros, Asafa Powell é punido em 18 meses por doping

Do UOL, em São Paulo

10/04/2014 13h23Atualizada em 10/04/2014 16h30

A Comissão Disciplinar Antidoping da Jamaica anunciou nesta quinta-feira que o ex-recordista mundial e medalhista nos Jogos Olímpicos nos 100 metros rasos Asafa Powell ficará afastado por 18 meses das competições por conta de seu teste positivo para a substância oxilofrina, um estimulante ilícito. 

O atleta de 31 anos alegou que seu doping foi consequência de um novo suplemento alimentar que ele recebeu de seus treinador físico, o canadense Chris Xuereb. O membros da comissão, porém, não aceitaram a justificativa, apontando que o velocista foi negligente. Ele ainda escapou de um pena maior, já que em fevereiro, o procurador do inquérito que representou a Comissão Anti-Doping da Jamaica, Lackston Robinson, pediu que a punição fosse de dois anos, a máxima prevista no código internacional. 
 
Em seu site oficial, declarou que não concorda com a punição, apesar de admitir que esta tem sido a pena para atletas flagrados no antidoping, independente do dolo. “Essa decisão não é sósme fundamento, mas é obviamente injusta. Entendo que este tipo de decisão é tomada para atletas que, consciente ou inconscientemente, quebraram as regras do esporte e é como uma redenção para eles. Infelizmente, este é o meu caso", afirmou. De qualquer maneira, o advogado do corredor afirmou que ele irá apelar da decisão. 
 
O jamaicano poderá voltar às pistas depois de 20 de dezembro de 2014, já que sua punição é considerada desde que ele foi suspenso preventivamente, em 21 de junho de 2013. Na última terça-feira, Sherone Simpson, companheira de treinos de Powell e medalhista olímpica nos 100 metros nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, foi punida pelo mesmo motivo. 
 
Os dois foram pegos em testes realizados em um campeonado nacional da Jamaica a pouco mais de um mês do Mundial de Atletismo de Moscou, realizado em agosto de 2013. Além deles, outros três atletas do país acabaram flagrados, desencadeando uma crise sobre o controle de doping na Jamaica. 
 
Na época, em meio a diversos questionamentos, a ex-diretora da comissão de doping da Jamaica, Renée Anne Shirley, resolveu denunciar que o governo local fechava os olhos para a questão e que diversos testes não eram realizados para proteger os atletas. Diante dos problemas, a Wada (Agência Mundial Antidoping) passou a pressionar o país com ameaças de deixá-lo de fora de competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos. 
 
O governo da ilha do Caribe garantiu, então, que iria melhorar o controle e seria mais rígido com os casos de atletas jamaicanos, como já vem mostrando nestes primeiros julgamentos.