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Julgamento recomeça com relato de vizinhos sobre desespero de Pistorius

Do UOL, em São Paulo

05/05/2014 10h06

Após quase 20 dias de recesso, o julgamento de Oscar Pistorius pela morte da modelo Reeva Steenkamp recomeçou nesta segunda-feira. A defesa do campeão paraolímpico trouxe ao tribunal duas testemunhas que foram as primeiras a chegarem ao local do crime e que relataram o desespero do atleta ao matar a namorada.

Vizinhos de Pistorius, Johan Stander e sua filha Carice Viljoen já haviam sido ouvidos pelo tribunal, mas foram novamente convocados pela defesa. Stader relatou ter recebido um telefonema do atleta, pedindo socorro após o crime.

“Johan, por favor, venha a minha casa. Eu atirei em Reeva, pensei que ela era um invasor. Por favor, venha rápido”, teria dito Pistorius ao telefone.

Já Viljoen relatou que acordou no meio da madrugada com os gritos desesperados de um homem. “Não conseguia identificar de onde estava vindo, mas era claro que precisava de ajuda”.

Ambos testemunharam que, ao chegarem à casa de Pistorius, encontraram o campeão olímpico descendo a escada com a namorada nos braços, chorando e gritando por ajuda. De acordo com Viljoen, havia sangue por toda parte.

“Não é algo que eu queira passar novamente. A expressão em seu rosto, a expressão de dor, a expressão de arrependimento. Ele estava chorando, rezando. Pedia a Deus para a ajudá-lo”, contou Stander.

Após encontrar com os vizinhos, Pistorius subiu novamente as escadas para buscar o documento de identidade de Steenkamp. Viljoen relatou ter seguido o campeão paraolímpico, temendo que ele cometesse suicídio.

As duas testemunhas também relataram que, após a chegada do serviço de emergência e da polícia, muitas pessoas entraram e transitaram pela casa. Vizinhos, amigos, policiais à paisana e fardados passaram pelo local do crime sem qualquer controle, o que reforçaria a tese da defesa de que evidências cruciais teriam sido adulteradas.

Membro da administração do condomínio onde está localizada a casa de Pistorius, Stander relatou casos de invasões em casas da região, o que justificaria a preocupação do campeão paraolímpico. A promotoria alega que a propriedade está localizada em um local seguro para se viver.