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IAAF aceita 'incentivo de última hora' do Qatar e é atacada por ética

Jonathan Ferrey/Getty Images/AFP
Imagem: Jonathan Ferrey/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

26/11/2014 19h26

Na última semana, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) elegeu Doha, no Qatar, como sede do Mundial de Atletismo de 2019, preterindo Barcelona, na Espanha, e Eugene, nos Estados Unidos. A Bloomberg, no entanto, divulgou na segunda-feira que a candidatura da cidade do Oriente Médio deu um incentivo de última hora, de cerca de 23,5 milhões de libras (R$ 92,4 milhões).

A manobra gerou críticas até mesmo de membros da IAAF, como o representante da entidade na Espanha, José Maria Odriozola, que reclamou: "tudo o que eles têm é o dinheiro". O dinheiro oferecido por Doha vai para o fundo de premiação dos competidores. O Qatar já está sob críticas de abusos depois de ser escolhido sede da Copa do Mundo de 2022.

Por meio de um porta-voz, a IAAF negou que a manobra feita pela candidatura de Doha tenha sido ilegal. "Todas as candidatas a sede tiveram a oportunidade de incluir quaisquer incentivos que acreditassem que poderia ajudar suas causas", esclareceu, de acordo com o jornal Daily Mail.

Em outros processos de escolha, a IAAF incentivava a entrada de novos parceiros comerciais para aumentar o capital do Mundial. A oferta do Qatar inclui a participação de um banco, ainda não revelado, como patrocinador e a construção de 10 pistas de atletismo pelo mundo todo.

De acordo com o porta-voz da entidade, ninguém das candidaturas de Eugene ou Barcelona protestou contra a oferta de última hora feita por Doha. "Eu posso dizer categoricamente que essa oferta não quebrou nenhuma regra. Eugene e Barcelona tiveram a mesma oportunidade, mas elas não quiseram ou não puderam (oferecer incentivos)", complementou.