Nem o hábito incomoda! "Freira fitness" adere à corrida e faz sucesso na SS

De gente fantasiada a São Silvestre está cheia, mas o hábito vestido por uma dupla de mulheres na corrida desta quarta-feira era de verdade, é o costume típico delas do dia a dia. Irmã Liliane e noviça Karina fazem parte dos 30 mil de atletas que participaram da tradicional prova nesta manhã em São Paulo. Em forma, ambas completaram o percurso de 15 km bastante celebradas pelo público e pelos outros competidores.

Irmã Liliane, 31 anos, perdeu as contas de quantas vezes fez pose para as câmeras. O assédio não parou nem durante a prova, e a toda hora as pessoas cumprimentavam e tiravam fotos. A atenção era bem-vinda, mas atrapalhou o costume de rezar enquanto corre. O terço carregado nas mãos durante todo o trajeto não pôde ser usado na medida desejada. “Deu para rezar um terço somente”.

Outro item que denunciava as religiosas era o hábito, vestimenta estranha para correr. Irmã Liliane garante que não atrapalha em nada o desempenho, tanto que é o mesmo modelito usado durante os treinos em Itaperuna (RJ). Ela pertence à Fraternidade Jesus Salvador, com sede em São Paulo, mas foi enviada em missão para outra cidade.

Irmã Liliane afirma que com a frequência dos treinos, os moradores do local já se acostumaram a ver uma mulher de hábito correndo pelo município. Ressalta que teve gente falando que começou a praticar esportes inspirado nela e considera isso muito legal. A religiosa prefere o terço como companhia para correr, mas como todo atleta amador tem uma set list. No caso dela, música gospel, e o preferido é o cantor Walmir Alencar.

O esporte sempre fez parte da vida de irmã Liliane. Chegou a treinar natação, polo aquático, vôlei e handebol e nos tempos de escola fazia de tudo, até jogar futebol. O início na corrida ocorreu há dois anos e meio, e como os outros esportes, é usado para cuidar do corpo. Com este histórico, não penou para completar sua primeira São Silvestre, prova festiva que acha ter tudo a ver com a religião.

A noviça Karina está no grupo de pessoas que foram influenciadas pela irmã Liliane. Passou a correr faz quatro meses e logo encarou 15 quilômetros. Tirou de letra. Acrescentou que a corrida no último dia do ano é uma festa e considera uma alegria louvar a Deus nessas circunstâncias.