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Ele foi o mais rápido do mundo por 15 anos e virou um fracasso no futebol

Jim Hines (segundo da dir. para esq.) na final olímpica dos 100 m de 1968, no México - Tony Duffy/Allsport
Jim Hines (segundo da dir. para esq.) na final olímpica dos 100 m de 1968, no México Imagem: Tony Duffy/Allsport

Do UOL, em São Paulo

03/02/2015 06h00

Se hoje Usain Bolt é um fenômeno por seu desempenho como velocista, um norte-americano estabeleceu um domínio ainda maior na prova mais rápida do atletismo, os 100 m rasos. Jim Hines foi o primeiro a quebrar a barreira dos dez segundos e ainda sustentou seu recorde por 15 anos. A fama lhe rendeu uma rápida e inusitada transferência para o futebol americano. Com a bola oval, no entanto, ele foi uma lástima.

Hines viu sua vida se transformar em 1968. Primeiro, ao cravar 9,9 segundos no campeonato nacional (tempo não registrado por ter sido medido com cronômetro manual; o que valeu foi 10,3s). Pouco depois, nas Olimpíadas do México, em 1968, ele finalmente quebrou o recorde com 9,95s, tempo registrado eletronicamente e corrigido após a marcação inicial de 9s89.

Reconhecido oficialmente como o homem mais rápido do mundo, Hines não resistiu à oportunidade de jogar futebol americano. Foi escolhido na sexta rodada do draft de 1968 pelo Miami Dolphins. A ideia soou como genial na época: bastava ensinar a técnica ao atleta que há pouco quebrara a barreira dos dez segundos.

Na primeira temporada, Hines se dedicou aos treinos para se adaptar ao novo esporte. No ano seguinte, sua estreia finalmente aconteceu. E o resultado foi uma tragédia: em dez jogos, ele conseguiu apenas uma corrida de sete jardas (6,4 metros), recebeu dois passes totalizando 23 jardas e não obteve nenhum touchdown.

Diante do desempenho, o Miami o negociou com o Kansas City Chiefs em 1970. Hines disputou apenas um jogo e quase não apareceu. E assim se despediu do futebol americano.

Aos 24 anos, sua carreira com a bola oval estava encerrada, acompanhada de um status pouco agradável: Hines foi considerado um dos dez piores jogadores da história do futebol americano. Mas o recorde dos 100 metros compensou: permaneceu até 1983, quando Calvin Smith percorreu a distância em 9,93 segundos.