Recordes, filmes e um acidente: o jovem que ajudou a popularizar a corrida

Sua corridinha no parque tem alguma ligação com Steve Prefontaine. Esse atleta americano ajudou a popularizar a corrida (amadora ou não), foi uma espécie de “cobaia” de uma grande marca esportiva e virou símbolo do estilo agressivo para as provas de média distância no atletismo. E ele poderia ter feito mais, não fosse a morte trágica aos 24 anos.

Descoberto ainda no tempo de colégio e disputado por dezenas de faculdades, Prefontaine decidiu trabalhar com o renomado técnico Bill Bowerman, um dos fundadores da empresa que se tornaria a Nike. Ele não só recebia as orientações do treinador, como passou a testar os tênis produzidos por sua empresa.

O garoto ficou conhecido por sua velocidade e sua maneira de correr. Prefontaine não se poupava no início das provas de média e longa distância. Apertava o ritmo desde o começo e muitas vezes pagava por isso no fim. Ainda assim, chegou a ser o dono dos recordes americanos das sete provas entre 2.000 metros e 10.000 metros.

Cabeludo, com bigode e costeletas, ele virou um símbolo do “boom” que a corrida sofreu na década de 1970. Ao lado de outros nomes da época, ajudou a popularizar o esporte e seu conceito "fitness", além de alavancar a nova marca de tênis que surgia nos Estados Unidos para se tornar uma das maiores do mundo.

Prefontaine só não conseguiu uma medalha olímpica. Nos Jogos de 1972, em Munique, ele chegou a liderar os 5.000 metros na penúltima volta, mas foi ultrapassado aos poucos. A terceira posição ele perdeu a 30 metros da linha de chegada, terminando em quarto lugar.

A decepção foi grande, mas o garoto tinha só 21 anos e detinha o recorde americano, o que fazia dele um favorito natural. Em 1975, contudo, ao sair de uma festa, Prefontaine bateu seu carro conversível em uma rocha e capotou. Preso nas ferragens, não sobreviveu, morrendo aos 24 anos.

A história de Prefontaine rendeu documentários e filmes, um deles com seu nome, estrelado por Jared Leto. Até hoje sua trajetória é tema de homenagens. Faltou uma medalha olímpica, mas o garoto ajudou a deixar um legado mais definitivo: a corrida amadora e o tênis desenvolvido para isso.