Topo

Defesa forte, terno da sorte, macarrão; veja 16 motivos que levaram Brasil às Olimpíadas

UOL Esporte detalha as razões para a conquista brasileira, após o sofrido hiato - Arte/UOL
UOL Esporte detalha as razões para a conquista brasileira, após o sofrido hiato Imagem: Arte/UOL

Daniel Neves

Em Mar del Plata (Argentina)

10/09/2011 20h49

O fim do jejum de 16 anos do basquete brasileiro sem classificação às Olimpíadas foi o resultado de uma mistura que reuniu mudança na maneira de jogar, grande desempenho dos principais jogadores e uma pitada de superstição. O UOL Esporte reuniu os motivos que fizeram com que praticamente o mesmo grupo de atletas dos torneios classificatórios anteriores desta vez fosse bem sucedido na busca por uma vaga nos Jogos de Londres-2012.

CONFIRA OS 16 MOTIVOS QUE LEVARAM O BRASIL DE VOLTA PARA AS OLIMPÍADAS

1. Contratação de Rubén Magnano

A chegada do argentino campeão olímpico e vice mundial revolucionou o basquete brasileiro. O time nacional mudou sua maneira de jogar, passou a priorizar a defesa e se tornou muito mais competitivo. Apesar dos vários desfalques, montou um time capaz de ganhar até mesmo da Argentina.
2. Preparação mais longa

O Brasil foi a seleção com o maior tempo de preparação para o Pré-Olímpico das Américas. Foram quase dois meses de treinamentos, a maior parte em São Paulo, e nove partidas amistosas. Os jogos contra República Dominicana, Porto Rico e Canadá durante o período de treinos ajudou o time a chegar pronto para enfrentar estes adversários em Mar del Plata.
3. Marcelinho Huertas

A fase exuberante de Huertas teve continuidade no Pré-Olímpico. Depois de ser eleito o melhor armador da Liga Espanhola e ser contratado pelo poderoso Barcelona para a próxima temporada, justificou o cargo de 'Homem de Confiança' de Magnano e foi o maestro da classificação.
4. Jogo coletivo deixa cestinhas para trás

A seleção brasileira que se apresentou em Mar del Plata jogou de uma maneira completamente diferente de suas antecessoras. Com uma maneira muito mais coletiva de atuar, acabou com a figura do cestinha e passou a distribuir de forma homogênea as suas jogadas de ataque. Com todos participando, o time ficou menos previsível e superou adversários fortes.
5. Fim da freguesia

Para chegar às Olimpíadas, o Brasil deixou para trás o jejum contra dois adversários diretos à vaga. Mesmo com o ginásio lotado pela torcida dos anfitriões, os comandados de Magnano venceram a Argentina após 16 anos. No dia seguinte, foi a vez de cair a freguesia para Porto Rico.
6. Defesa sólida

A marcação sufocante foi a marca da seleção brasileira neste Pré-Olímpico. Aspecto mais trabalhado por Magnano, a defesa virou 'mantra' dos jogadores, que repetiram a importância do fundamento a cada entrevista e pararam os principais jogadores adversários nas partidas mais importantes. Ginobili, Arroyo e Horford sofreram diante do time verde-amarelo, segunda equipe que menos sofreu pontos.

7. Macarrão de Vitor Benite

Bater um belo prato de macarrão antes dos jogos nem sempre cai bem, mas em Mar del Plata ajudou o Brasil a chegar às Olimpíadas. A mania de Vitor Benite foi vista como amuleto pelos atletas, que pediram para o ala-armador comer a iguaria antes de todas as partidas. Deu certo.

8. União que fez a força

Ao contrário do Pré-Olímpico de 2007, que ficou marcado por problemas de relacionamento entre atletas e comissão técnica, a participação brasileira em Mar del Plata foi marcada pela grande união entre toda a delegação. A amizade e o bom relacionamento entre os jogadores ajudou a suportar o longo período de dois meses longe de casa, entre treinos, jogos amistosos e o torneio classificatório.
9. Rafael Hettsheimeir

Ele tem o sobrenome tão complicado que nem o placar eletrônico conseguiu acertar durante o torneio, mas ganhou os holofotes no Pré-Olímpico. Atleta mais efetivo vindo do banco de reservas, deu show contra a Argentina, parou Luis Scola e fez jornalistas estrangeiros questionarem o surgimento de um 'fenômeno'.
10. Ausência dos Estados Unidos

Bicho-papão dos Pré-Olímpicos anteriores, os Estados Unidos não precisaram ir a Mar del Plata. Com vaga garantida em Londres-2012 por serem os atuais campeões mundiais, os norte-americanos puderam acompanhar de longe o torneio classificatório e abriram a oportunidade para que mais uma seleção do continente pudesse disputar a próxima edição dos Jogos Olímpicos.
11. Alex, o 'carrapato'

Ele muitas vezes passa despercebido, mas foi fundamental para a sólida defesa do Brasil no Pré-Olímpico. Alex Garcia fez duelos individuais contra alguns dos principais astros do torneio e levou a melhor em todos. Manu Ginobili, Carlos Arroyo e Francisco Garcia sumiram diante do 'baixinho' de 1,90 m.
 
12. Derrota para a República Dominicana

O Brasil sofreu apenas uma derrota em todo o Pré-Olímpico. E foi justamente este jogo que serviu como base para a arrancada rumo à classificação. Com o revés para a República Dominicana, ainda na 1ª fase, o time verde-amarelo pode observar suas principais dificuldades e corrigi-las para a sequência do torneio. No reencontro nas semifinais, os comandados de Magnano estavam prontos.
13. Terno da sorte

Magnano e seus auxiliares adotaram uma mudança no visual para o Pré-Olímpico. Saiu de cena o agasalho e entrou um elegante terno, utilizado em todos os jogos. E deu sorte. Alternando gravatas e camisas, os elegantes membros chamaram a atenção no banco de reserva na caminhada para a classificação.
14. Ausência de astros da NBA

Leandrinho e Nenê pediram dispensa. Anderson Varejão estava lesionado. Mas a ausência dos três principais atletas do país da NBA fez bem ao time nacional. Sem um grande astro, o time jogou de forma mais coletiva e não centralizou as jogadas em apenas um jogador. Resta saber se, com a classificação para Londres-2012, os ausentes ainda terão um lugar no grupo.
15. Marcelinho Machado

Ele foi um simples coadjuvante durante todo o Pré-Olímpico. Mas contra a República Dominicana, o veterano de 36 anos se transformou. Preciso nos tiros de longe, Marcelinho foi essencial para que o Brasil dominasse os rivais na semifinal. Um prêmio para quem, como principal nome do time, tinha fracassado em seus Pré-Olímpicos anteriores.
16. Acabou o 'quase'

O estigma de chegar, chegar e não levar acabou em Mar del Plata. Ao contrário de torneios anteriores, o time brasileiro conseguiu manter a tranquilidade nos momentos chaves, mesmo em jogos complicados como Argentina e República Dominicana, e mostrou força justamente nos minutos finais das partidas. Mostrou ser uma equipe de decisão e foi presenteado com a vaga olímpica.