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Brasil ameaça vitória histórica, mas Argentina vence no fim e conquista o Pré-Olímpico

Marcelinho Machado tenta passar pela marcação argentina na final em Mar del Plata - AP
Marcelinho Machado tenta passar pela marcação argentina na final em Mar del Plata Imagem: AP

Daniel Neves

Em Mar del Plata (Argentina)

11/09/2011 23h14

Mesmo de ressaca pela conquista da vaga em Londres-2012, o Brasil quase deixa o Pré-Olímpico com uma vitória histórica sobre seu maior rival. Diante de um ‘caldeirão’ armado pelos torcedores adversários, o time verde-amarelo fez um jogo emocionante contra a Argentina, chegou a liderar o placar no último quarto, mas acabou derrotado por 80 a 75, neste domingo, em Mar del Plata. Com o resultado, os anfitriões sagraram-se campeões do torneio classificatório e fizeram a festa das 9 mil pessoas que lotaram o ginásio Ilhas Malvinas.

Ser campeão do torneio pouco importava para os brasileiros, que conquistaram seu grande objetivo no dia anterior e recolocaram o país nas Olimpíadas após 16 anos. Logo após as semifinais, os próprios comandados de Rubén Magnano admitiram que, se pudessem, sequer entrariam em quadra para disputar a decisão.

E a diferença de importância do confronto para os dois lados ficou evidente na preparação para a final. Com a responsabilidade de ser campeã, a Argentina treinou na manhã deste domingo. Eufórico com a vaga olímpica, o Brasil festejou até altas horas na madrugada anterior, cancelou todas suas atividades e só despertou às 14h.

O clima de tranquilidade se refletiu até mesmo no visual dos atletas. Em uma brincadeira comandada por Marcelinho Huertas e Alex, os jogadores do time nacional inovaram no visual e apareceram com um corte de cabelo moicano.

Ainda assim, na hora em que a bola subiu, o que se viu foi um time brasileiro que não se entregou durante toda a partida. Chegou a estar perdendo por 12 pontos ao fim do primeiro quarto, mas buscou uma reação impressionante no terceiro quarto para equilibrar o confronto.

Mas Scola foi novamente a diferença da Argentina em uma partida contra o Brasil. Assim como havia feito no Mundial do ano anterior, o ala-pivô teve uma atuação de gala diante do arquirrival e liderou a vitória argentina com 32 pontos.

O início de partida foi marcado por uma pane brasileira na metade do primeiro quarto. Depois de um bom início de partida, o time nacional se perdeu diante da defesa argentina e desperdiçou quatro ataques consecutivos. A marcação sobre Luis Scola também não funcionou e, com oito pontos do ala-pivô, os donos da casa abriram 21-9 no placar.

No intervalo entre os quartos, Magnano deu forte bronca em seus comandados no banco de reservas. Os gritos do comandante acordaram o Brasil, que botou em prática sua defesa arrasadora e reduziu a diferença para apenas três pontos em cinco minutos. Scola, porém, cortou a reação dos visitantes com mais 10 pontos e fez com que a Argentina fosse para o intervalo vencendo por 35-27.

Os brasileiros voltaram arrasadores para o terceiro período. A sólida defesa do time nacional parou os astros argentinos e fez com que o time verde-amarelo entrasse de vez na partida. Tirou toda a diferença e passou à frente no placar por 43 a 42. Os donos da casa reequilibraram o confronto e as duas equipes passaram a se alternar na liderança do marcador, com os anfitriões encerrando o período com 48-46 à frente.

O último quarto ganhou contornos dramáticos. A boa defesa brasileira fez com que o time passasse à frente por seis pontos, mas Scola e Kammerichs trataram de virar o confronto e colocar a Argentina na frente por 64-62. O confronto ficou truncado nos minutos finais, quando pesou a maior eficiência dos donos da casa no lance livre. Com erros dos visitantes e 100% de aproveitamento de Scola, Delfino e Pepe Sanchez trataram, os anfitriões elevaram a diferença a 11 pontos.

Mas os comandados de Magnano não se entregaram. Novamente tiveram uma reação impressionante e diminuíram a vantagem rival para apenas dois pontos em um chute de três de Marcelinho Machado. No lance seguinte, Ginobili errou um lance livre e deu a chance para o Brasil empatar. Alex, porém, perdeu a bola e foi obrigado a fazer falta em Scola. O craque do jogo converteu os dois lances livres e garantiu a festa da torcida local.