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Ratos aprendem a jogar basquete e disputam competição em universidade de Curitiba

Ratos aprenderam a jogar basquete e disputaram torneio em universidade de Curitiba - Rodrigo Henrique/Divulgação
Ratos aprenderam a jogar basquete e disputaram torneio em universidade de Curitiba Imagem: Rodrigo Henrique/Divulgação

Daniel Neves

Em São Paulo

22/12/2011 06h00

Eles roubam a bola do adversário, partem para a cesta e convertem enterradas. Mas não estamos falando dos jogadores da NBA ou do NBB. Os astros do basquete em uma universidade de Curitiba são ratos, que foram ensinados por alunos de psicologia a praticarem a modalidade e até disputaram uma competição, com direito a torcida na plateia.

O objetivo do trabalho experimental, realizado pela Universidade Positivo, foi o estudo prático dos princípios básicos de aprendizagem não-verbal, comum a todas as espécies. Tendo como exemplo trabalho similar realizado nos Estados Unidos, os alunos tiveram três meses para treinar ratos de laboratório na prática do basquete, em gaiola especialmente construída para a atividade.

“Queríamos algo que motivasse os alunos a participar do projeto, por isto a escolha de um esporte”, explicou o professor Hélder Gusso, coordenador do projeto. “Optamos pelo basquete porque precisávamos de uma modalidade que permitisse a disputa rato contra rato. Além disso, o rato é um animal muito ágil, que se movimenta para todos os lados e pode carregar pequenos objetos. Tudo isto fez com que optássemos por este esporte”.

Para ensinar os ratos a jogar basquete, os alunos tiveram que agir por etapas. Através de gratificação imediata, os animais aprenderam a associar a comida com um estimulo sonoro, que no estágio seguinte passou a ser utilizado a cada ação correta. “Quando ele ouve o barulho, sabe que fez a coisa certa e recebe o alimento”, comentou Gusso.

Desta maneira, os ratos aprenderam a interagir com uma bolinha colocada na jaula e, em passo posterior, a colocá-la dentro da cesta. “No início os aros foram postos na altura do chão, para que a bolinha entrasse a cada esbarrão e eles percebessem que era a ação correta. Depois passamos a colocar a cesta cada vez mais alto. Por último, precisamos ensiná-los a interagir com outros ratos sem serem agressivos”, explicou o coordenador.

O resultado foi uma competição realizada no dia 1º de dezembro, que contou com cerca de 50 pessoas na torcida. A disputa premiou o rato que marcou mais cestas em 5 minutos e terminou com a emocionante vitória de Albert, que superou Elvis no estouro do cronômetro e venceu por 36 a 35. Também foi realizado um ‘amistoso’, em que Fred Keller (treinado por Gusso) superou Scheetos.

“A resposta dos alunos foi super bacana. Eles puderam aprender a trabalhar o lado experimental de forma mais sofisticada e se divertiram muito. Um bom terapeuta precisa reconhecer o comportamento do outro e manejar contingências apropriadas para ajudá-lo. Cada sujeito, seja humano ou animal, tem as suas características individuais. É necessário levar isto em conta para planejar como trabalhar com cada um”, disse Gusso.

O sucesso do evento faz com que os organizadores já planejem a segunda temporada da competição. Desta vez, porém, os ratos podem aprender uma nova modalidade esportiva. “Além do basquete, chegamos a pensar na sinuca. Até construímos um aparato para que os ratos pudessem jogar. Acho que deve rolar no ano que vem”, afirmou Gusso.