Topo

Miami atropela Indiana e decide título da NBA com San Antonio

Do UOL, em São Paulo

04/06/2013 00h17

A série estava empatada e o Indiana Pacers parecia ter encontrado a receita para acabar com o reinado do Miami Heat na Conferência Leste. Mas quem assistiu ao jogo na noite desta segunda-feira não viu todo esse equilíbrio.

Com facilidade, LeBron James e seus amigos venceram o sétimo jogo da Final do Leste por 99 a 76. O resultado coloca o Miami Heat na grande final da NBA pelo terceiro ano consecutivo – sem nenhuma coincidência, o time chega sempre às decisões desde que LeBron James trocou o Cleveland Cavaliers pela equipe da Flórida.

O rival na decisão é o San Antonio Spurs, de Tim Duncan e do brasileiro Tiago Splitter. O campeão do Oeste chega muito mais descansado para as finais: venceu por 4 a 0 a série contra o Memphis Grizzlies e aguarda o campeão do Leste desde a terça-feira da semana passada. O primeiro jogo entre Spurs e Heat está marcado para o dia 6 de junho.

O melhor do jogo: Erik Spoelstra

Tudo bem. LeBron James foi o cestinha do jogo, marcou 32 pontos e, a cada vez que tocava na bola, a torcida gritava “MVP, MVP”. Mas o técnico do Heat foi o grande responsável pela vitória, ao finalmente encontrar a receita para anular as forças do rival. Após seis jogos equilibradíssimos, o sétimo jogo parecia um passeio de temporada regular. O Miami entrou muito mais dedicado à defesa do que nas outras partidas. Além disso, no ataque conseguiu aproveitar os defeitos de Roy Hibbert: grande e imponente, mas com pouca mobilidade  – algo que não tinha acontecido até então.

Junte a isso o sucesso na marcação dupla sempre e a vitória estava assegurada - para o ex-jogador do Indiana e hoje comentarista da TNT Reggie Miller, a troca do marcador principal de Paul George de Dwayne Wade para LeBron James deu ao Miami mais energia não só na defesa, como no ataque. "Eu estava mais livre no jogo. No início, as bolas começaram a cair e a confiança, a aumentar", explicou o próprio Wade, 21 pontos e 9 rebotes. E, só para dar alguns números que comprovam isso: foram 15 desperdícios de bola nos primeiros dois quartos do Indiana, número que muitos times apresentam para todo o jogo - no total foram 21. Além disso, o trabalho nos rebotes foi intensificado: 43 a 36 para o Miami, mas, mais importante, apenas oito rebotes ofensivos dos Pacers.

O pior do jogo: Roy Hibbert

O gigante de 2,18m não foi exatamente o pior do jogo, mas foi a chave para a derrota de seu time. Principal jogador do Indiana durante toda a série, ele foi completamente anulado pelo Heat no jogo 7. No primeiro tempo, o Miami finalmente conseguiu centralizar seu ataque para o garrafão e o grandalhão passou a colecionar faltas. Foram três nos dois primeiros quartos.

Quando o Indiana voltou do intervalo, Hibbert parecia ter acordado. Em nove minutos, já tinha passado dos quatro pontos do primeiro tempo para 11 - terminou o jogo com 18, principal pontuador da equipe. A quarta falta não demorou. E, então, em um ataque, empurrou o marcador e cometeu a quinta, indo para o banco. É claro que também não ajudou nada aos Pacers seus outros dois jogadores-chave, Paul George e David West, também estarem em um dia ruim. O primeiro fez só sete pontos. O segundo, desperdiçou cinco bolas só no primeiro tempo (terminou com seis turnovers).

A chave: dois quartos, 15 pontos de vantagem

A chave para a vitória do Miami foi o primeiro tempo. Nos dois primeiros quartos, o time de Erik Spoelstra abriu 15 pontos. Nem o gigante Roy Hibbert, nem o ágil Paul George tiveram chances. Usando marcação dupla em praticamente todos os ataques do Indiana, o Miami forçou 15 desperdícios do rival. George terminou os dois primeiros quartos com apenas cinco pontos. Hibert fez só quatro. West, o cestinha dos Pacers, tinha dez, mas acompanhados de cinco turnovers.

Enquanto isso, o Heat aproveitava. Abusando dos ataques dentro do garrafão, fizeram o pivô rival chegar a três faltas rapidamente. LeBron James, com 18 pontos, era o cestinha da partida, mas outro número chamava muito mais atenção: os dez pontos de Ray Allen. Morto durante toda a série, ele renasceu no primeiro tempo do jogo decisivo do Leste, acertando três dos quatro tiros de três pontos que tentou – antes, ele tinha apenas 3 de 20. Ah, só um detalhe: os oito rebotes que Chris Bosh pegou também ajudaram...

Opinião - Blog Vinte e Um: Miami, enfim, iguala intensidade do Indiana

De tanto que se fala, pode parecer o clichê dos clichês. E nem sempre esse discurso explica tudo, mesmo. Mas que pode fazer diferença? Ô se pode.

Tudo isso para falar de "energia", "intensidade", "vontade", "raça". São quesitos que supostamente seriam obrigatórios para jogadores que ganham milhões e milhões por seus contratos. Mas nem sempre é fácil, assim, de se explicar. Paremos por aqui, contudo.

Independem as razões para as oscilações de empenho na análise deste Jogo 7: uma vez que o Miami Heat conseguiu fazer frente, mesmo, consistentemente, ao Indiana Pacers  nas pequenas coisas, na briga pelos rebotes, na aplicação defensiva, seu talento fez a diferença.