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Coadjuvantes brilham e San Antonio aplica maior derrota da história do Heat em playoffs

Do UOL, em São Paulo

12/06/2013 00h31

O San Antonio Spurs venceu o Miami Heat por 113 a 77 nesta terça-feira. Não fez, apenas, 2 a 1 na série que decide a NBA: foi a pior derrota da história do Miami em um jogo de playoffs. Mas você pode tentar o quanto quiser. Se não viu o jogo, não vai acertar quem foram os grandes responsáveis pelo massacre. Nada de Tony Parker, Manu Ginobili, Tim Duncan (ou Tiago Splitter). As estrelas do jogo foram coadjuvantes: Kawhi Leonard, Gary Neal e, principalmente, Danny Green.

O primeiro foi a cara da defesa dos Spurs. Rápido, de braços longos, incomodou todos que tentavam armar jogadas pelo Heat. O segundo foi a imagem do ataque. Com tiros certeiros de longe, ele fez sua melhor partida nos playoffs. O terceiro uniu o melhor dos dois anteriores. Roubou bolas, deu tocos. E ainda foi quase perfeito da linha dos três – incluindo chutes de muito longe durante o quarto período.

O Heat até tentou. Chegou a estar perdendo por 11 pontos no segundo quarto. Empatou. No terceiro, a diferença era de 21. LeBron fez nove pontos seguidos. Mas sempre que fazia isso, os Spurs roubavam a bola em dois, três ataques seguidos. E lá vinham as bolas de três, caindo sempre para o lado texano - tanto que quebrou o recorde de cestas de três em finais, com 16 acertos. No início do quarto período, a lavada já estava decretada.

Com isso, o San Antonio devolve a derrota do jogo 2. A quarta partida está marcada para quinta-feira, novamente em San Antonio.

Momento chave: duas bolas de três que fecharam o primeiro tempo para os Spurs

Aos puristas do basquete, desculpas. Vamos usar o futebol para tentar explicar esse momento. No Brasileirão dos pontos corridos, todos dizem, no início do campeonato, que os três pontos do jogo de estreia são tão importantes quando os pontos da última partida. Transfira, então, essa linha de pensamento para o basquete e você tem o motivo para que os seis pontos do fim do segundo quarto tenham sido tão importantes.

No meio do período, o Miami teve uma sequência de 12 pontos contra só um do rival e a vantagem, que tinha sido de 11 pontos para o San Antonio, desapareceu. Quando Greg Popovich já se preparava para a bronca no intervalo pelo placar estar tão apertado, Tony Parker (após grande jogada com Manu Ginóbili) e Gary Neal (após um toco sensacional de Danny Green em cima de LeBron James) acertaram chutes de longe e deixaram o time da casa com seis pontos de vantagem.

Na volta do intervalo, o San Antonio explodiu no placar.

VINTE UM: CADA JOGO É UMA HISTÓRIA E SPURS DEVOLVE MARRETADA

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Os melhores: Kawhi Leonard, Gary Neal e Danny Green

Podem ser três grandes jogadores, mas ninguém, quando começou a final da NBA, poderia prever que os dois definiriam um dos jogos do duelo. Pois foi justamente isso que aconteceu. Tony Parker teve um jogo discreto (6 pontos, 8 assistências), lidando com uma lesão na panturrilha que o levou a sair de quadra no terceiro quarto para o vestiário. Tim Duncan teve um jogo normal (para seus padrões), com 12 pontos e 14 rebotes. Manu Ginóbili melhorou em relação ao segundo jogo, mas terminou com só 7 pontos e 6 assistências.

Mas foram os três que fizeram diferença. Leonard infernizou a vida de quem tentava armar as jogadas do Miami, conseguindo 4 roubos de bola (para acompanhar 12 rebotes). Neal foi preciso nos chutes de longe e, com aproveitamento de 60% nos tiros de três (fez 6 de 10), fechou o jogo com 24 pontos. E Green, com seus braços longos, conseguiu ser efetivo na defesa (incluindo dois tocos, um em LeBron) e no ataque (foi o cestinha do jogo, com 27 pontos, incluindo 7 cestas de três em 9 tentativas).

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O pior: Mario Chalmers

O armador do Miami Heat costuma deixar outros brilharem. Mas, nesta terça-feira, ele exagerou. No jogo anterior, ele marcou 19 pontos. Nesse, saiu de quadra zerado. Cometeu quatro desperdícios de bola.  Tentou cinco arremessos, todos errados. E deu só uma assistência. Muitos vão reclamar de LeBron James, Dwayne Wade ou Chris Bosh. Mas os três não fizeram uma partida tão ruim quanto a do armador.

Foco em Splitter: ao lado de Duncan, o melhor San Antonio

Os números do catarinense continuam longe do espetacular (8 pontos, 5 rebotes, em 23 minutos). Mas quem assistiu ao jogo viu que sua importância é grande. Sempre que ele está em quadra ao lado de Tim Duncan, o Miami Heat tem muitas dificuldades para atacar. A prova disso veio no segundo quarto, quando o catarinense saiu do jogo e a vantagem de 11 pontos dos Spurs virou um empate.