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Miami se salva na prorrogação e leva decisão da NBA para o sétimo jogo

Do UOL, em São Paulo

19/06/2013 01h13

O San Antonio quase foi campeão da NBA nesta terça-feira. Tim Duncan fez um jogo monstruoso. Tony Parker também. E os dois mantinham os Spurs na frente do placar até a metade do último período. Mas o Miami Heat foi heroico. Superou últimos segundo emocionantes, levou a decisão para a prorrogação e venceu o sexto jogo por 103 a 100, empatando a série em 3 a 3. Agora, a decisão fica para a quinta-feira, novamente em Miami.

E a chave para a virada foi justamente Tim Duncan. Em 36 minutos, ele marcou 30 pontos. Nos últimos 17 (12 do quarto período, mais os 5 da prorrogação), ficou zerado. Antes do início do quarto período, Erik Spoelstra, o técnico do Miami, já tinha avisado: “Se quisermos vencer, precisamos jogar o melhor quarto defensivo da história dos playoffs”. Seus atletas levaram essa instrução ao pé da letra. Entraram no quarto período dez pontos atrás, viraram o jogo. Ainda permitiram o empate que levou para a prorrogação, mas venceram no tempo-extra com dois tocos gigantescos de Chris Bosh.

Chave do jogo: Mike Miller e a cesta de três sem tênis

Com pouco mais de um minuto do último quarto, Mike Miller se enrolou na defesa. Acabou perdendo seu tênis esquerdo. Problema? Imagina... Ele foi para o ataque com o calçado na mão. Quando James fez o passe, Miller atirou o tênis para longe. Recebeu a bola, fez a cesta. Foi a chave para a reação.

LeBron James, que não tinha acertado nenhuma cesta de quadra em todo o segundo tempo, então, resolveu vencer o jogo. Ele fez mais pontos nos últimos 17 minutos do que nos primeiros 36 anteriores, fechando como cestinha da partida com 32 pontos. E, quando o MVP da temporada começa a jogar de verdade, ninguém consegue segurar.

Aqui, vale a pena ressaltar um detalhe: a vitória do Miami foi mais um duelo tático entre os treinadores. Greg Popovich e Spoelstra fizeram um trabalho de gato e rato, com mudanças, ora sutis, ora escancaradas, que faziam suas equipes darem saltos de qualidade para vencer as partidas. Desta vez, Spoelstra conseguiu uma reação entre os quartos, aumentando a intensidade defensiva para tirar Duncan do jogo.

Segundo quarto: oito erros seguidos

O mais incrível da vitória do Miami foi o desastre do time que levou ao último quarto. Quando o segundo período terminou, por exemplo, o San Antonio estava na frente por seis pontos por causa de LeBron James. O Miami tinha vantagem no placar e jogava com tranquilidade, mas desperdiçou oito ataques seguidos – quatro deles com falhas de seu astro, que perdeu uma bola e errou três arremessos.

Quem olhou para as estatísticas, então, já via que havia algo de estranho com o Miami. O cestinha do time era Mario Chalmers. James não tinha passado dos dez pontos (apesar de já somar sete assistências). Dwyane Wade e Chris Bosh também não eram fatores importantes na matemática do duelo.

Terceiro quarto: Spurs com 10 pontos de vantagem

Se o segundo período já tinha sido ruim, o terceiro foi desastroso. O Miami chegou a ter a chance de empatar. Mas San Antonio simplesmente não permitiu a igualdade. LeBron, por exemplo, não acertou nenhum arremesso de quadra em todo o período. Com suas estrelas apagadas, os Spurs abriram. E entraram no último quarto com dez pontos de vantagem.

Quando começou o último período, muita gente já decretava o pentacampeonato da NBA para os Spurs. Mas na volta do time, com duas bolas de três, de Chalmers e Mike Miller, mais a primeira cesta de quadra de LeBron no segundo tempo, fez o time acordar. LeBron comandou a virada e a torcida manteve a pressão. Foi recompensada com um grande final.

Segundos finais: Ray Allen é herói improvável

Nos últimos segundos, os dois times trocaram posses de bolas e os Spurs perderam, duas vezes, a chance de conquistar o título. Chalmers, com o jogo empatado, passou uma bola para o nada. Os Spurs viraram o placar e Ginóbili, então, teve a chance de abrir quatro pontos (e definir o título). Mas errou um lance livre. LeBron, então, tentou um arremesso de três que empataria o placar. Deu aro. Mesmo assim, faltando 20 segundos, achou uma cesta de dois pontos que permitiu aos torcedores sonharem com um sétimo jogo.

Na sequência, com 94 a 92, Kawhi Leonard foi parado com falta. Imitou Ginobili, errou um arremesso. Com três pontos atrás, o Heat dependia de um milagre. Que aconteceu: LeBron errou o arremesso de três, mas Bosh pegou o rebote, mandou para Ray Allen e fez de três pontos. Jogo empatado, 95 a 95. Mas como nada pode ser tão fácil, o arremesso teve de ser validado na análise de vídeo. Foi. Com cinco segundos para o fim, Tony Parker não conseguiu a cesta. E veio a prorrogação.

Nos cinco minutos adicionais, o Miami teve mais perna. Tony Parker e Tim Duncan mancavam. A chave para o resultado veio com 1min18 para o encerramento: San Antonio tentou achar um arremessador livre, mas não achou ninguém. Leonard, então, arremessou muito marcado. Não deu nem aro e o relógio de ataque estourou. Na sequência, Miami, que tinha 101 a 100 no placar, teve a chance de garantir a vitória, mas não aproveitou.

Marcado por Ginobili, LeBron forçou um arremesso ruim. Mas a defesa, que fez o time sobreviver, foi novamente decisiva. Primeiro, LeBron James interceptou um passe maluco de Ginóbili (e perdeu a bola na seuência). Depois, Tony Parker subiu para um arremesso a 31 segundos, mas levou um toco de Bosh. Na sequência, Wade perdeu o ataque. Com a bola na mão, Ginóbili tentou infiltrar, mas perdeu para Ray Allen, que foi para a linha de lance livre. Acertou os dois que tentou e colocou o time três pontos na frente. Bosh ainda deu mais um toco para fechar o jogo.

Vitória do Miami e um presente para todos os amantes do basquete: a série final da NBA tem mais um jogo, na quinta-feira.