Fiba teme calote da CBB e basquete brasileiro pode ficar fora do Rio-2016

O basquete brasileiro corre sérios riscos de ficar fora das Olimpíadas do Rio-2016. Esta é a avaliação do secretário-geral da Fiba Américas, Alberto Garcia, que teceu pesadas críticas à CBB e sua atual situação financeira.
Segundo o dirigente, a entidade que comanda o basquete nacional está quebrada e não tem condições de cumprir uma série de compromissos assumidos com a Fiba na conquista de um convite para a Copa do Mundo da modalidade.
“Eles se comprometeram a pagar 1 milhão de francos suíços à Fiba até 2016. Pagaram uma parte, mas não tem como pagar o restante”, disse o dirigente ao UOL Esporte. “Também se comprometeram a uma série de investimentos na base, no fomento da modalidade, no basquete 3x3, mas até agora nada. Não tem da onde tirar esse dinheiro”.
A frágil situação financeira coloca em risco até mesmo a participação do basquete brasileiro no Rio-2016. Mesmo como país-sede, o país terá que disputar o Pré-Olímpico e, caso não obtenha classificação, ficaria à espera de um convite da Fiba, que novamente analisaria os aspectos financeiros e a importância da modalidade para o país.
“Isso acontece para que países que não tem basquete se classifiquem automaticamente para as Olimpíadas. Imagina se a Bolívia ou a Guatemala fossem sedes dos Jogos. Lá não tem basquete, então não poderiam se classificar direto. Dessa forma, do jeito como as coisas estão sendo administradas no basquete brasileiro, o país corre sério risco de ficar fora”, afirmou Garcia.
A CBB manifestou seu interesse à Fiba Américas de organizar os Pré-Olímpicos masculino e feminino. A entidade, porém, não teve dinheiro para pagar US$ 15 mil da taxa de inscrição para se candidatar aos eventos. “Uma entidade que não tem esse dinheiro, terá dinheiro para quê?”, criticou o dirigente da Fiba.
O trabalho de base também foi duramente criticado por Garcia. O dirigente revelou que a CBB recusou um convite da Euroliga para participar de uma competição sub-18, alegando falta de verbas para a viagem.
“Tenho certeza de que o Brasil fará um bom papel no Mundial, tem uma seleção sólida e grandes nomes. Mas e depois disso? Se você não fomenta a base, não tem praticantes, qual é o futuro do basquete nesse país. Tem que mudar essa administração, contratar gestores profissionais, pessoas do marketing. Se não tiver credibilidade, não atrai a iniciativa privada”, disse Garcia.
CBB responde
A CBB se manifestou sobre as críticas de Alberto Garcia apenas na segunda-feira, dia 24. Em nota oficial, a entidade negou qualquer débito com a Fiba no pagamento pela vaga no Mundial e ainda justificou que retirou sua candidatura a sede dos Pré-Olímpicos das Américas porque, além da taxa de inscrição, teria que arcar com grandes despesas, entre elas US$ 5 milhões (masculino) e US$ 300 mil por uma outra taxa, essa sim para sediar os eventos.
"O que foi acordado entre a CBB e a Fiba para o Brasil participar da Copa do Mundo da Espanha está sendo fielmente cumprido", escreveu a Confederação.
Ainda em texto oficial, a CBB afirmou que espera que a Fiba convide as seleções brasileiras para participarem dos Jogos Olímpicos de 2016, seguindo o que ocorreu em Londres-2012. "Cada Federação Internacional é autônoma para determinar se o país-sede dos Jogos Olímpicos vai se classificar automaticamente para a competição. A FIBA ainda não definiu os critérios de classificação para os Jogos Rio 2016, mas a CBB espera que a entidade internacional mantenha o mesmo critério dos Jogos de Londres 2012 e de edições anteriores, quando convidou a seleção do país-sede para participar da competição", disse a entidade.
* Viajou a convite da organização do NBB
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