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NBA bane dono dos Clippers por racismo

Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, foi banido por toda a vida e multado em US$ 2,5 milhões - AP Photo/Danny Moloshok
Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, foi banido por toda a vida e multado em US$ 2,5 milhões Imagem: AP Photo/Danny Moloshok

Do UOL, em São Paulo

29/04/2014 15h20

O comissário Adam Silver baniu por toda a vida o dono do Los Angeles Clippers, Donaldo Sterling. Ele não poderá tomar decisões envolvendo o time, presidir os Clippers ou sequer comparecer a qualquer jogo da NBA a partir desta data. Sterling também recebeu multa de 2,5 milhões de dólares.

Silver também disse que a NBA tentará forçar que Sterling venda a franquia o mais rápido possível. A NBA começou a investigar Sterling depois que foi revelada uma gravação telefônica dele com sua namorada, em que ele ofendia os negros.

"Me machuca muito que você queira transmitir sua ligação com os negros. Precisa fazer? Você pode dormir com eles, pode fazer o que quiser. A única coisa que te peço é a não promoção disso e para não levá-los em meus jogos", disse o dirigente. "Em seu asqueroso Instagram, não tem que ter fotos com pessoas negras", completou.

A investigação levou à conclusão de que Sterling é, sim, o responsável pelas declarações e que esse é um momento de muita dor para a toda a família NBA. A punição a Sterling se aplica só a ele - não impede, por exemplo, que a franquia fique com alguém de sua família. Ele também foi punido exclusivamente pelas frases racistas reveladas na última semana.

O banimento de Sterling tem validade imediata. Silver disse ainda que acredita que conseguirá apoio dos outros donos da NBA para obrigar o bilionário a vender sua franquia, o que pode acontecer em três dias. Até a tarde desta terça-feira (29), 23 dos 29 outros times já tinham manifestado total apoio ao comissário Silver por seus sites ou contas no Twitter. É o suficiente para forçar a venda por parte de Sterling, já que os 23 representam mais que os 75% exigidos pelo regulamento.

A multa de 2,5 milhões de dólares é a mais pesada que o regulamento da NBA permite. O dinheiro será doado para organizações que lutam contra o racismo.

"As visões expressas por Sterling são profudamente ofensivas e nocivas", disse o comissário. "Elas simplesmente não têm lugar na NBA", completou.

O representante da principal liga de basquete do mundo disse que, antes do anúncio, conversou com o técnico do Clippers, Doc Rivers, e com o armador Chris Paul e acredita que os atletas apoiariam as decisões tomadas.

No site dos Clippers, poucos minutos depois do anúncio, apareceu a mensagem: "Nós somos um", apoiando a campanha contra o racismo que os jogadores e técnicos da NBA e outras personalidades começaram depois dos eventos que culminaram na punição a Sterling.

Atlanta Hawks, Miami Heat, Milwaukee Bucks, Orlando Magic, Portland Trail Blazers, Utah Jazz, Phoenix Suns, Denver Nuggets e Sacramento Kings entraram na campanha "We are one" e publicaram imagens da frase com um fundo preto, a exemplo do Los Angeles Clippers. Alguns desses estamparam a campanha em suas páginas iniciais na internet. 

O armador Steve Nash deu declarações como representante dos jogadores. "É um dia de orgulho para todos os jogadores e toda a liga", disse. 

O ex-jogador Kareem Abul-Jabbar também falou sobre a punição da NBA. Segundo o ex-jogador e prefeito de Sacramento, Kevin Johnson, ele foi um dos grandes articuladores do movimento para punir Sterling. "Estou muito feliz. Todos os fãs do Clippers terão muito mais sobre o que sorrir. Nós faremos dessa cidade um lugar ainda melhor para viver", disse o lendário Jabbar.