É penta! Estados Unidos guardam seu melhor para a final e arrasam Sérvia
Haviam sido jogados exatos 4 minutos e 9 segundos na final do Mundial de basquete em Madri, na Espanha, e a Sérvia batia os Estados Unidos por 15 a 7. Era tudo o que quem gosta do esporte esperava: um jogo disputado,com os sérvios encarando os americanos de igual para igual. Segundos depois, porém, Milos Teodosic, o melhor jogador da Sérvia, cometeu sua segunda falta (com cinco, o jogador é excluído da partida). Teve que ser substituído. E os Estados Unidos aproveitaram para começar a fazer sua melhor partida em toda a competição. O final acabou sendo o óbvio: os Estados Unidos se tornaram bicampeões consecutivos do Mundial de basquete neste domingo. O placar final de 129 a 92 mostra o quanto os astros da NBA foram superiores a seus rivais em todo o torneio.
A Sérvia não levava 100 pontos em um jogo há 59 partidas de Mundial - levou neste domingo sem conseguir ameaçar o ataque rival. Os americanos chutaram espetaculares 15 bolas de três, e isso levou ao recorde de pontos do time no torneio. Mais do que isso, algo fica marcado: a vontade com que os americanos disputaram a final. Se durante a primeira fase e o mata-mata o time pareceu às vezes desligado, principalmente na defesa, eles levaram muito a sério a decisão.
O resultado foi um espetacular jogo de basquete - se os Estados Unidos davam show nos dois lados da quadra, os sérvios jamais desistiram, continuaram a tentar a cada jogada como se a virada fosse possível. Não foi, e os Estados Unidos são pentacampeões do mundo.
Fases do jogo: Depois daqueles quatro minutos iniciais, os Estados Unidos encontraram em DeMarcus Cousins a âncora defensiva da qual precisavam. E não mais saíram da frente do placar a partir da virada em 17 a 15, quando faltavam 4 minutos e 28 segundos para o fim do quarto inicial. Não por coincidência, a bola da virada saiu das mãos de Kyrie Irving, que 26 pontos e foi o cestinha da final (6 acertos em 6 arremessos de três).
O primeiro tempo foi encerrado com a final já decidida: 67 a 41. O caminho estava pavimentado para que os americanos anotassem seu recorde de pontos no torneio. E assim foi feito. A Sérvia voltou com Teodosic para a segunda etapa, e o armador continuou a dar seu show de assistências e passes espetaculares, como fez durante toda a competição (foram 7 assistências na final, a última em linda ponte-aérea). A Sérvia mostrava que queria jogo, apesar da derrota iminente.
A marcação, então, afrouxou de ambos os lados. A final virou um espetáculo de basquete, como se os times estivessem ali para dar show, e não disputar o ouro. Infiltrações e enterradas se tornaram comuns, e a partida foi levada até o final sem entreveros, calma.
Cada técnico tirou seus principais jogadores de quadra após a metade do último quarto, para que fossem aplaudidos por seus torcedores. Os sérvios cantaram nas arquibancadas e, no banco, se abraçavam, sabendo que fizeram seu máximo. Aos Estados Unidos, restou a festa. Pentacampeonato mundial no total, bicampeonato seguido. A "redenção" americana, como foi chamado o projeto de reerguer a seleção que possui a maior liga do mundo, a NBA, está completa.
O melhor: DeMarcus Cousins - O pivô americano foi o fator defensivo que mudou a partida para os Estados Unidos. Com seus gritos e sua energia, pegou 9 rebotes, deu dois tocos e roubou uma bola. Era essa vontade que os americanos necessitavam para conseguir o ouro de forma tranquila. Destaque também para os 26 pontos de Kyrie Irving e os 22 de James Harden. No lado sérvio, Teodosic deu 7 assistências e anotou 10 pontos, enquanto Bjelica conseguiu 18 pontos e foi o cestinha da seleção europeia.,
O pior: A falta de emoção do jogo. Por ser a final, e com toda a expectativa de que a Espanha poderia ganhar desse time americano, a decisão, em termos de emoção, acabou deixando a desejar. Claro, o espetáculo ofensivo acabou tornando isso irrelevante, mas não seria possível eleger um pior jogador em uma partida na qual todos foram bem no time vencedor, e todos deram seu máximo no derrotado.
Para lembrar: A maior diferença em uma final de Mundial foi de 45 pontos, em 1994, quando os Estados Unidos bateram a Rússia por 137 a 91.
Os Estados Unidos só perderam três quartos em todo o Mundial: um para a Nova Zelândia e um para a Turquia, ainda na primeira fase, e o último quarto da decisão, no qual a Sérvia ficou à frente por 25 a 24.
Os Estados Unidos estão nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. O título mundial garante a vaga.
O Mundial teve sua tabela construída para que a final fosse a mesma das últimas duas Olimpíadas: Estados Unidos x Espanha. Só que os donos da casa caíram nas quartas de final para a França. A expectativa era que a final fosse o único jogo no qual os Estados Unidos tivessem chance de derrota, já que, mesmo com o time completo, ganharam de apenas 107 a 100 na final de Londres-2012. Com o time modificado, e a Espanha completa, os espanhóis tinham reais esperanças de ouro.
A Sérvia igualou o recorde de mais jogos sem levar 100 pontos em Mundiais: 59, empatados com os Estados Unidos. Os americanos construíram a marca entre 1950 e 1974. Os sérvios, entre 1986 e 2014.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.