Federação quer fortalecer elo com a NBA para não perder astros em Mundiais
Se aproximar cada vez mais da NBA para não ficar sem seus astros em Campeonatos Mundiais, Continentais e Jogos Olímpicos. Este é o principal objetivo do argentino Horácio Muratore, novo presidente da Fiba (Federação Internacional de Basquete). Escolhido para o cargo em setembro, durante o Mundial masculino da Espanha, ele ficará no poder até 2019.
Até lá, o calendário mundial da modalidade passará por uma grande mudança, com a implantação de um sistema de eliminatórias semelhante ao adotado pela Fifa para a Copa do Mundo de Futebol, com janelas espalhadas ao longo dos anos. Para o Mundial de 2019, por exemplo, as partidas das eliminatórias ocorrerão em novembro de 2017; fevereiro, setembro, outubro e novembro de 2018 e fevereiro de 2019. Contar com os atletas que atuam nos Estados Unidos será o grande desafio.
“A NBA apoia totalmente este sistema de classificação. E temos de respeitar também os pedidos da NBA porque é a principal competição nacional que temos. Estamos discutindo algumas janelas, que esperamos solucionar em breve. Talvez não possam dar jogadores em fevereiro e novembro, mas o importante é que estão a par”, afirmou Muratore em entrevista ao UOL Esporte.
Neste trabalho de aproximação com a liga americana, a Fiba incluiu em seu Conselho Geral Mark Tatum, vice-presidente da NBA. Ele também participará do recém-criado Comitê Executivo.
“Vamos estar muito mais próximos. Também haverá uma comissão de calendários para deixara Fiba mais participativa e democrática. Vejo uma grande predisposição da NBA em colaborar conosco, tanto que colocaram o número 2 da organização para trabalhar junto”, disse o argentino, que foi vice-presidente da Fiba entre 2010 e 2014 e comandou a Confederação Argentina entre 1992 e 2008.
O temor pela perda dos atros da NBA para competições futuras aumentou após o ala do Indiana Pacers Paul George se lesionar em partida preparatória da seleção americana para a Copa do Mundo da Espanha. O jogador fraturou a perna direita e perderá praticamente toda a temporada da liga americana. Após o incidente, vários dirigentes de franquias se manifestaram contrários à cessão de atletas para defenderem as suas seleções nacionais. Os comentários, porém, não tiram o sono de Muratore.
“Estou tranquilo, porque a NBA é nossa parceira. As desgraças podem acontecer com o jogador caminhando na rua ou em treinos. Lamentavelmente isso aconteceu em um momento prévio a um Mundial e provou várias reações. E isso é natural, pois os donos de franquias estão cuidando de de seus investimentos”, afirmou Muratore.
O argentino também ressaltou que um grande desafio durante seu mandato será a consolidação definitiva do 3x3 e a entrada no programa olímpico dos Jogos Jogos de Tóquio em 2020. A modalidade disputada em meia quadra, com três atletas em cada equipe, é e menina dos olhos da Federação Internacional. Um forte lobby foi feito para a disputa do evento no Rio de Janeiro, em 2016. Porém, o COI (Comitê Olímpico Internacional) não comprou a ideia. O 3x3, por enquanto, é disputado apenas nos Jogos Olímpicos da Juventude.
“Temos de consolidar o 3x3. No Brasil, se trabalha muito bem esta modalidade. A Fiba está investindo muito e com esperança que consigamos tê-lo como esporte olímpico em 2020”, afirmou o presidente da Fiba.
Na conversa com o UOL Esporte, Muratore também disse que em março do ano que vem a Fiba dará a palavra final sobre a inclusão do Brasil no basquete masculino e feminino nos Jogos de 2016, sem a necessidade de se classificar em quadra, por meio do Pré-Olímpico continental.
“Creio que não haverá nenhum problema para o Brasil ser incluído na Olimpíada mas não posso dar uma palavra definitiva. Isso será decidido pelo Conselho da Fiba”, concluiu.
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