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Ela mede 2,13m, já foi a melhor do mundo no basquete e hoje mal fica em pé

Do UOL, em São Paulo

29/01/2015 06h00

Arrasadora. Assim os jornais da época a definiam. Com 2,13m de altura e titular da União Soviética desde os 16 anos, Uliana Semionova cansou de bater recordes no basquete. Basta ver seu retrospecto: ela ficou 18 anos invicta na seleção – sua única derrota aconteceu em 1986, para os Estados Unidos. Hoje, aos 62 anos, Semionova sofre com a doença que a fez crescer tanto e mal consegue ficar em pé.

Nascida na Letônia, a ex-jogadora sofre de uma doença chamada acromegalia, provocada pelo excesso de um hormônio de crescimento, fenômeno que sempre lhe causou muitas dores. Mas ela superou isso tudo para brilhar no esporte. Com 13 anos e 1,93m, já chamou a atenção dos técnicos de basquete.

Na fase adulta, Semionova atingiu 2,13m, 120kg e calçava 58. Ela cansou de comemorar títulos. Foi bicampeã olímpica (76 e 80), tricampeã Mundial e conquistou 10 europeus consecutivos, além de 32 troféus por seus times. Um verdadeiro fenômeno.

Quando foi jogar na Espanha, virou motivo de festa. “As meninas se animaram muito em ter no time a jogadora de basquete mais alta do mundo”, disse Semionova em 1988, à ABC.

No entanto, guardar dinheiro foi impossível com o regime soviético vigente na época. Semionova tinha direito a apenas US$ 400 por mês, já que boa parte de seu salário ficava com o governo. Por isso, dirigentes e jogadoras locais a ajudavam com alimentação e recursos básicos.

O reconhecimento por sua história no esporte foi mundial. Ela entrou para o hall da fama do basquete e se tornou a primeira atleta sem ser norte-americana a conseguir tal feito. Relatos recentes indicam que Semionova trabalha com programas de auxílio a ex-atletas. Fisicamente, ela mal fica de pé e anda um pouco com a ajuda de muletas, mas seu nome está na história. E o destaque é tão grande quanto sua altura.