Capacete de boxe virou solução para atleta poder jogar basquete
Guilherme Teichmann nunca foi boxeador ou colocou os pés em um ringue. Mas o jogador da equipe de basquete do Limeira chamou a atenção e inovou nesta temporada do NBB, o campeonato nacional da modalidade, por entrar em quadra com um capacete idêntico àqueles utilizados por pugilistas amadores.
Não notar a presença do camisa 10 em quadra era impossível. Ele destoava completamente dos nove demais jogadores em ação.
“Esteticamente não era a coisa mais bonita, era bem estranho, para falar a verdade. O pessoal até brincava comigo, tirava um pouco de sarro. Mas foi a única maneira que eu encontrei para seguir jogando sem correr riscos”, disse o jogador ao UOL Esporte.
Teichmann, de 31 anos, precisou usar o capacete após passar por uma cirurgia para reparar uma fratura sofrida no rosto, mais precisamente no osso zigomático (que vai do nariz até a orelha). A lesão, em 21 de janeiro, ocorreu em decorrência de uma cotovelada involuntária do ala-pivô Felipe, do Pinheiros.
“A cirurgia foi bem simples, para falar a verdade. Fiquei menos de duas semanas afastado. Mas a nossa equipe médica disse que se eu quisesse jogar, o capacete era a única solução. Estávamos em um momento muito importante na competição e resolvi testar esta novidade. No começo, foi bem complicado para se adaptar, pois esquentava muito o rosto, fazia eu suar mais e tirava muito da visão periférica. Mas aos poucos fui me acostumando. Depois de um tempo, nem parecia que estava de capacete”, disse o ala-pivô, que descartou utilizar as tradicionais máscaras faciais.
“Este capacete fechava bem, a chance de machucar de novo era praticamente nula”, disse.
Foram cerca de 40 dias jogando com a proteção e neste tempo Teichmann, que é reserva no Limeira, não teve nenhum problema, nem queda de rendimento. Em seu jogo de estreia com a proteção, anotou oito pontos e teve 100% de aproveitamento nos arremessos de quadra em partrida contra o São José. Depois, conseguiu manter a sua média de 4,7 pontos e 1,1 rebote.
Passar por este período foi fácil para o jogador, que já superou infinitamente maior em sua vida. No fim de 2011, quando ainda defendia o Flamengo, foi diagnosticado com câncer no testículo e teve de passar por uma cirurgia para extrai-lo. Foram cerca de cinco meses afastados e de muita preocupação.
“Foi um momento difícil, de muita reflexão. Mas graças a Deus, tudo correu muito bem e hoje levo uma vida normal. Não fiquei estéril, nem tive outras complicações”, afirmou o jogador, que tem sido um coadjuvante importante na campanha de Limeira no NBB.
A uma semana do fim da fase de classificação, o time já garantiu a vice-liderança. Em 28 partidas, são 24 vitórias e apenas quatro derrotas.
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