Topo

A história do astro do basquete que ficou paraplégico ao reclamar de falta

Do UOL, em São Paulo

25/05/2015 06h00

O acidente de Boban Jankovic é considerado um dos mais dramáticos do esporte. A mídia internacional classifica a lesão do astro do basquete como uma das mais estúpidas da história. E não é à toa. O jogador sérvio, um dos principais nomes de seu país nos anos 1990, ficou paraplégico ao reclamar de uma falta. Sua revolta se transformou em cabeçada. E a cabeçada o deixou sem andar.

A tragédia aconteceu no dia 28 de abril de 1993. Jankovic tinha 29 anos e uma carreira consolidada na então Iugoslávia, experiência que o levou à Grécia como um dos principais reforços do Panionios. Era um jogo eliminatório contra o poderoso Panathinaikos, o quarto da série semifinal.

A seis minutos do fim da partida, com sua equipe perdendo por 56 a 50, Jankovic recebeu uma bola no garrafão, trombou com o marcador e fez a cesta. O árbitro, no entanto, marcou falta de ataque. Revoltado com a decisão, Jankovic deu uma cabeçada no poste que sustenta a tabela. O problema é que o local não estava devidamente acolchoado.

Jankovic ficou caído no chão, com o rosto sagrando, e dizendo que não sentia mãos e pés. Ele recebeu o primeiro atendimento em quadra e foi levado a um hospital de Atenas. O técnico de seu time, Vlade Djurovic, tentava acalmá-lo e seguiu com o jogador até o hospital. Lá, ficou ao seu lado nos primeiros dias. Djurovic havia sido decisivo na contratação de Jankovic.

Dias depois, o técnico revelou que o jogador só repetia uma frase no caminho ao hospital: “vou morrer”. Jankovic não morreu. Ficou paraplégico. Nos anos seguintes, ele se separou da mulher, engordou e passou a ter problemas cardíacos. Sua motivação, dizia, era o filho, Vlantimir Giankovits, que o acompanhou até o fim.

O garoto, hoje, é jogador de basquete profissional e atua pelo Panathinaikos, justamente o adversário de seu pai no dia da tragédia. Jankovic morreu 13 anos depois do acidente ao ter uma parada cardíaca durante um passeio de barco pela Grécia. A camisa 8 que usava no Panionios foi aposentada para sempre. E a lesão se tornou uma das mais chocantes da história do esporte.