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Flamengo atropela Bauru e vence primeiro jogo da decisão do NBB

Marquinhos foi um dos maiores destaques do Flamengo na decisão - João Pires/LNB
Marquinhos foi um dos maiores destaques do Flamengo na decisão Imagem: João Pires/LNB

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/05/2015 23h20

A HSBC Arena esteve longe da lotação máxima – o ginásio comporta 18 mil espectadores, mas recebeu apenas 4.033 pagantes. Ainda assim, conseguiu contagiar o Flamengo nesta terça-feira (26), no primeiro jogo da decisão do NBB. Com jogadores que se multiplicaram em quadra, como Marquinhos e Olivinha, o time carioca atropelou o Paschoalotto/Bauru, venceu por 91 a 69 e largou na frente na briga pelo quarto título na liga.

As participações de Marquinhos e Olivinha, aliás, foram bons exemplos do efeito torcida. Mais do que técnica ou físico, houve uma diferença anímica entre os dois times nesta terça-feira. Desde o início, os cariocas vibravam e disputavam cada bola.

"Foi um jogo atípico. É difícil em uma final de campeonato uma vantagem tão grande", opinou o ala Marquinhos. "Realmente, nossa equipe fez um grande trabalho. A pontuação foi bastante dividida, e isso é mérito coletivo", completou Olivinha.

"Não foi a defesa do Flamengo. Foi erro nosso", justificou Alex, ala do Bauru. "Eles aproveitaram a fragilidade nossa. A gente não estava bem na defesa e acabou individualizando muito no ataque. O que eles tiveram de bom foi aproveitamento, mas isso foi erro da nossa defesa também", completou.

O segundo jogo da decisão do NBB será realizado no próximo sábado (30), às 10h (de Brasília), em Marília (SP). Se for necessário, o terceiro duelo da série também será realizado na cidade do interior paulista (às 10h do dia 6 de junho).

Fases do jogo: O Flamengo teve mais volume desde o início, mas foi o aproveitamento que chamou atenção no primeiro quarto. O time carioca escolheu melhor as jogadas chamadas no ataque, e o Bauru praticamente não teve chance de arremessar sem ser contestado. Os mandantes encerraram a parcial vencendo por 28 a 18.

Esse panorama persistiu nos quartos seguintes. O Bauru não conseguia usar os chutes de fora, sua principal arma, e o Flamengo era muito mais eficiente ao marcar no garrafão. O time carioca venceu o segundo período por 19 a 10 e foi para o intervalo com quase dez pontos de vantagem (47 a 28).

Num jogo em que o Bauru não conseguia arremessar de fora, chamou atenção a distribuição do Flamengo nesse fundamento. Seis jogadores da equipe rubro-negra acertaram cestas de três no primeiro tempo (Marcelinho Machado, Marquinhos, Laprovittola, Benite e até os pivôs Hermann e Olivinha).

A vantagem construída pelo Flamengo no primeiro tempo transformou o jogo na etapa seguinte. O Bauru tentou acelerar demais suas posses de bola, e os donos da casa mantiveram o ritmo. Com isso, acabaram ampliando a vantagem e tiveram tempo de preservar alguns de seus principais titulares – Marquinhos e Olivinha, por exemplo.

"A gente não entrou com a mesma intensidade física, e depois ficou correndo na subida. Eles tiveram uma reposição muito boa, e a gente não teve esse rendimento. Foram apenas quatro pontos vindos do banco. Acho que ainda tivemos calma e que faltou qualidade", opinou Guerrinha, técnico de Bauru.

O melhor: Marquinhos. Esqueça a contagem de pontos ou a linha estatística. A participação de Marquinhos no ataque do Flamengo é maior do que números – energia, movimentação, decisões corretas e precisão nos momentos mais relevantes, por exemplo.

No fim, o cestinha do jogo foi o armador Ricardo Fischer, de Bauru, com 20 pontos (ele também distribuiu oito assistências e coletou quatro rebotes). Marquinhos anotou 15, com sete assistências e cinco rebotes, e dividiu com Laprovittola a segunda posição entre os principais anotadores do Flamengo - o líder nesse quesito na equipe rubro-negra foi Benite, com 16.

Chave do jogo: O chute de longa distância. Time que mais arremessa de três pontos na atual edição do NBB, o Bauru chegou à decisão com média de 29,18 tiros de fora por partida (11,25 acertos). Contra o Flamengo, a média despencou no primeiro tempo (dois acertos em 11 tentativas). Isso foi fundamental para o time da casa consolidar sua vantagem.

Para lembrar:

Hino a capela. Mas que hino? Antes de jogos da seleção brasileira de futebol, virou uma espécie de tradição nos últimos anos a torcida continuar cantando quando o sistema de som interrompe a execução do hino nacional. A cena aconteceu também na HSBC Arena nesta terça-feira, mas com uma diferença importante: o hino que o público cantou foi o do Flamengo.

Inimigo número 1. Nenhum atleta do Bauru foi mais vaiado do que Alex Garcia. O camisa 10 foi o único a receber apupos na apresentação e no anúncio dos titulares, por exemplo, e também foi pressionado pela torcida nos primeiros toques na bola. Contratado pelo Bauru em 2014, o ala da seleção brasileira defendia anteriormente o Brasília, time que divide com o Flamengo a condição de maior campeão do NBB (três títulos cada).

Importados. A parceria do NBB com a NBA (liga profissional de basquete dos Estados Unidos) teve uma série de repercussões no jogo desta terça-feira. As cheerleaders que animaram intervalos na HSBC Arena eram o grupo do Orlando Magic, e até Gorilla, mascote do Phoenix Suns, participou da festa.

Na tela. A grade da TV fechada teve grande peso na definição do horário da partida desta terça-feira, que começou às 21h30 (horário de Brasília). Contudo, o confronto entre Flamengo e Bauru foi relegado ao Sportv 2, com narração de Odinei Ribeiro e comentários de Renatinho e Byra Bello. O canal principal do parceiro de transmissão do NBB preferiu mostrar no horário a decisão da Conferência Leste da NBA, entre Cleveland Cavaliers e Atlanta Hawks, com Roby Porto, Jorge de Sá e Rodrigo Alves.