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Quem é "Pink Panther", a ex-jogadora sérvia de basquete que roubava joias?

No total, Olivera Cirkovic ficou sete anos presa por roubos a joalherias - Reprodução/Instagram
No total, Olivera Cirkovic ficou sete anos presa por roubos a joalherias Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

05/12/2018 04h00

Ela ficou conhecida quando se tornou uma jogadora profissional de basquete, mas ficou mundialmente famosa quando passou a roubar joalherias e integrar uma organização criminosa internacional. A sérvia Olivera Cirkovic, hoje com 49 anos, foi presa, conseguiu fugir da cadeia e hoje conta sua história em um livro. O título remete ao nome do grupo que se especializou em roubar joias mundo afora: as Panteras Cor-de-Rosa.

"Ja, Pink Panter" ("Eu, Pantera Cor-de-Rosa", em português) foi lançado recentemente e dá nome aos relatos de vida de Olivera, uma jogadora de basquete que defendeu clubes como Estrela Vermelha e Vozdovac, chegou à seleção de seu país e experimentou até a vida de dirigente quando se aposentou.

Reprodução do livro "Ja, Pink Panter", da ex-jogadora de basquete Olivera Cirkovic, que virou ladra de joias - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Capa do livro de Cirkovic, entitulado "Eu, Pantera Cor-de-Rosa"
Imagem: Reprodução/Instagram

Logo depois, no entanto, aventurou-se no crime. Segundo ela, a desintegração da Iugoslávia na década de 1990 a motivou a seguir tal caminho diante da "hipocrisia social" e "das pessoas que enriqueciam com a guerra e se apresentavam como patriotas".

Olivera foi presa e condenada na Grécia, onde cometeu a maioria dos roubos. Sua primeira prisão ocorreu em 2006. Depois, voltou a cumprir pena em março de 2012, ano em que conseguiu fugir da penitenciária. Um comparsa a ajudou a escapar imobilizando agentes de segurança. Olivera, com seus 1,93m, saiu pela porta da frente.

A ex-jogadora foi recapturada quatro meses depois, totalizando sete anos atrás das grades. Em declarações à agência EFE, a sérvia diz que 80% de seus roubos aconteceram à noite, com as joalherias fechadas. E nunca ninguém se machucou, assegura.

"Nenhum proprietário de uma joalheria sofreu dano algum. Eles acionavam o seguro de valor três ou quatro vezes superior ao valor real e recebiam o dinheiro em um mês. Os prejudicados eram as seguradoras ou os bancos, que considero saqueadores legalizados", acusa Olivera.

A ex-jogadora se orgulha até hoje de ter sido uma "Pantera Cor-de-Rosa". A organização criminosa era composta principalmente por ladrões da região dos Balcãs. Estima-se que eles roubaram cerca de US$ 500 milhões em 35 países ao longo dos anos. Olivera afirma que um grupo não prestava conta a nenhuma liderança, mas havia cooperação entre "células".

O rótulo de "Pantera Cor-de-Rosa", na verdade, virou um ativo mercadológico para a sérvia. Além de usar esse nome no seu livro, ela costuma publicar nas redes sociais fotos e referências da famosa personagem dos desenhos animados. Seu filho decidiu seguir os passos da mãe, mas no esporte: ele é jogador de basquete.