Rival de Esquiva vence mais no MMA do que no boxe e luta para mudar de vida

Ainda em início de carreira no boxe profissional, Esquiva Falcão constrói um cartel bastante seguro, enfrentando rivais pouco experientes e a maioria com cartel inferior ao próprio. Tudo para garantir uma caminhada rumo ao cinturão mundial. No sábado (6/12), ele enfrenta Lanny Dardar, seu mais experiente oponente. Não no boxe: o norte-americano tem apenas cinco lutas na nobre arte, mas 18 no MMA.

Dardar, de 27 anos, começou a treinar lutas ainda criança, no taekwondo, e hoje sustenta paralelamente as carreiras no boxe e no MMA. Sua maior aposta, atualmente, é no primeiro. E uma vitória pode mudar sua vida, para que não tenha mais de voltar ao desgastante trabalho em plataformas de petróleo, longe de casa e da família.

Para Esquiva, Dardar é só mais um degrau de uma jornada com destino certo. Atleta da influente Top Rank, foi contratado pela sua prata olímpica em 2012, com um plano de ser campeão mundial em cerca de dois anos. Até aqui foram cinco vitórias, com três nocautes.

O norte-americano da vez tem duas vitórias, dois empates e uma derrota. Mas espera que sua experiência como artista marcial tenha influência no combate. Ele não conhecia o capixaba, mas diz que já fez seu dever de casa, estudando as lutas de Esquiva.

“Sei que se espera muito dele por ser da Top Rank, e eles tem coisas grandes planejadas. Mas lutar comigo será um grande teste para ele. Eu vou trazer mais força nos golpes que qualquer rival dele trouxe. Sou mais duro que os seus outros oponentes e não desisto nunca. Vou continuar golpeando até o gongo soar. Minha experiência será vantagem, eu sei lutar e vencer mesmo com problemas”, disse ao UOL Esporte o lutador, que não tem nenhum revés por nocaute em seu cartel.

Dardar foi encorajado pelo pai a ser lutador, e começou com o taekwondo. Pouco depois, iniciou também os treinos de boxe, mas acabou dando ênfase ao MMA nos últimos anos. Em 2014, voltou a lutar a nobre arte.

“Luto os dois por ter crescido treinando ambos. Até aqui, faço mais dinheiro com MMA, mas, agora que voltei ao boxe, acho que será melhor para mim, já que considero minha melhor qualidade”, analisou.

Vitória vale vida só para lutar

Dardar conta que até duas semanas atrás era um trabalhador em tempo integral e as lutas vinham em carreira paralela. Agora, ele quer poder apenas treinar e se dedicar aos combates, para enfim crescer.

“Em toda minha vida eu fui trabalhador em plataformas de petróleo, trabalhando sete dias e folgando sete ou trabalhando 14 e folgando 14. Muitas das minhas lutas foram pegas com duas semanas de treino ou até menos”, explica ele, sobre sua irregularidade.

Esquiva Falcão, que já lutou em preliminar de Pacquiao, pode ser um trampolim para o norte-americano se inserir no circuito mais de elite do boxe e evitar os desgastes de seu trabalho com petróleo.

“Espero que uma boa performance contra Falcão me permita não voltar mais àquela carreira”, disse Dardar.