Ciclista chilena sofre grave acidente em prova; organização culpa atleta
A ciclista chilena Irene Aravena sofreu um grave acidente na noite desta quarta-feira (12), durante as finais da prova de velocidade por equipes dos Jogos Sul-Americanos, disputados em Santiago, no Chile.
Brasil e Chile estavam na disputa quando a prova foi interrompida porque a equipe brasileira, formada por Wellyda dos Santos e Gabriele Nishi, queimou a largada.
A dupla chilena chegou ao outro extremo do velódromo sem perceber a bandeira vermelha; enquanto Estefanía Núñez conseguiu desviar de um partidor, usado para equilibrar as bicicletas na largada, Irene Aravena acertou o objeto em cheio.
A atleta sofreu uma fratura exposta da patela do joelho e outros traumas, sendo levada para o hospital para uma cirurgia de urgência; horas depois, seu estado foi considerado estável. Questionado pelo jornal chileno La Tercera, Hugo Marambio, médico que atendeu Aravena, informou que a atleta deve voltar ao ciclismo em até quatro meses.
A dupla chilena acabou de fora da disputa por medalhas na prova. A Venezuela ganhou o ouro, a Colômbia ficou com a prata e as brasileiras levaram o bronze.
Veja o vídeo do acidente:
Acusações
Gabriel Curuchet, delegado técnico da Confederação Panamericana de Ciclismo, afirmou ao La Tercera que o acidente ocorreu por causa da “pressão das chilenas” em conquistar uma medalha.
“Nunca vi isto em 21 anos no ciclismo. Talvez a pressão pela medalha afetou as chilenas. A atleta não viu o partidor até levantar a cabeça. A equipe brasileira parou 15 metros depois [da largada], mesmo estando do lado das arquibancadas mais cheias. O disparo [para alertar a interrupção da prova] é efetuado do meio da pista, para que todos escutem”, disse Curuchet.
A alegação do delegado técnico irritou Estefanía Núñez, companheira de Aravena, que culpou a organização dos Jogos, também em entrevista ao La Tercera. “É fácil, para eles, responsabilizar outras pessoas. Nós não escutamos nada e sequer colocaram a bandeira [vermelha] na curva”, reclamou.
“Não se preocuparam com a gente, apenas com o fato de que as brasileiras tinham queimado a largada. Eu também não escutei os disparos. Graças a Deus, levantei a cabeça e consegui desviar. Senão, as duas poderiam ter se chocado com o partidor.”
Estefanía Núñez também chamou o acidente de “terrível” e disse que não quis ver imagens e nem vídeos da queda. A atleta, no entanto, disse que estava mais tranquila depois de visitar a colega no hospital.
Natalia Riffo, ministra de Esportes do Chile, disse que o acidente seria investigado para determinar de quem foi a responsabilidade.
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