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Promessa do ciclismo fica sem time e some do mapa após doping

Márcia Fernandes Silva foi pega com a substância EPO - Ivan Storti/Divulgação
Márcia Fernandes Silva foi pega com a substância EPO Imagem: Ivan Storti/Divulgação

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

12/11/2014 16h14

Tratada como uma promessa do ciclismo brasileiro, Márcia Fernandes da Silva sumiu do mapa. Suspensa por dois anos das competições por testar positivo  em exame antidoping em junho, a atleta de 23 anos apagou o perfil que mantinha no Facebook e não atende às ligações da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC)  e da Bizkaia-Durango, equipe espanhola que defendia desde o início de 2014. Por isso mesmo, ainda não pôde ser comunicada diretamente da rescisão de seu contrato.

Márcia foi campeã brasileira de ciclismo de estrada na prova de resistência em 28 de junho, na cidade de São Carlos (SP). Porém, um exame antidopoing feito naquele dia apontou que atleta havia feito uso da substância eritropoietina (EPO). Depois de recusar a realização da contraprova, acabou punida pela CBC. A decisção foi anunciada no último dia 15. A partir daí, localizá-la se tornou uma missão quase impossível.

“A corredora não responde aos nossos e-mails. Não temos mais nenhuma informação a respeito da atleta. O que posso afirmar é que o contrato já foi rescindido”, informou ao UOL Esporte Josu Atxotegi, porta-voz da Bizkaia-Durango.

O time espanhol é o mesmo que conta em suas fileiras com Clemilda Fernandes, prima de Márcia. Ambas fazem parte do “clã Fernandes”, família mais tradicional e vencedora do ciclismo nacional ao longo dos últimos ano. Família esta que se calou desde a divulgação do caso.

Procurada diversas vezes pela reportagem do UOL Esporte, Clemilda não respondeu à maioria das ligações. Nas duas vezes que atendeu ao telefone, alegou estar em meio a compromissos e rapidamente encerrou as chamadas.

As tentativas de ligação para o celular de Márcia também foram em vão. Em nenhuma delas, a ciclista respondeu às ligações.

A suspensão por doping sepultou qualquer sonho que Márcia poderia ter de disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, uma vez que o gancho só se encerrará após o término da competição.

Pelo caminho trilhado ao longo dos últimos anos, as chances eram reais. O título brasileiro em junho deste ano veio logo em sua primeira competição entre as profissionais após ter bastante sucesso na categoria sub-23. As convocações que havia recebido para a seleção brasileira também davam mostras que ela fazia parte
dos planos da equipe nacional para a Olimpíada.

Além da perda do contrato com a Bizkaia-Durango, Márcia deverá ter cassada a Bolsa Atleta que recebia do governo federal. Ela é contemplada na categoria "Internacional", que lhe rendia R$ 1.950 mensais de verbas públicas. O Ministério do Esporte garante que os pagamentos serão suspensos.