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Gustavo Fogaça: Guerrero e a diferença que faz um centroavante

Paolo Guerrero comemora gol do Inter sobre o Nacional, do Uruguai, pela Libertadores - Ricardo Duarte/Inter
Paolo Guerrero comemora gol do Inter sobre o Nacional, do Uruguai, pela Libertadores Imagem: Ricardo Duarte/Inter
Gustavo Fogaça

25/07/2019 12h48

Ele foi esperado como poucos jogadores são. Passou por sacrifícios que poucos aguentariam. E retornou aos gramados depois de 251 dias de afastamento por um doping que nunca foi comprovado. Tudo apontava a incertezas na carreira de Paolo Guerrero.

Mas o peruano mostrou que, mesmo aos 35 anos, ainda tem muita lenha para queimar: em 16 partidas pelo Internacional (1441 minutos jogados) marcou dez gols, o que dá uma média de um gol a cada 144 minutos jogados, ou 0,62 gol a cada 90 minutos. Realmente impressionante.

Ainda mais se olharmos para a qualidade das chances aproveitadas por Guerrero. No total, foram 38 finalizações e um valor esperado de gol (xG) médio de 0,16 por finalização. Isso quer dizer que, na média, cada finalização do peruano tinha 16% de probabilidade de gol.

São chances baixas, de dificuldade para quem finaliza. Os chamados "gols difíceis". O que só valoriza ainda mais a qualidade técnica do camisa 9 colorado.

Além disso, na média Guerrero cria 0,9 chances de gol para os companheiros, acerta 78% dos passes, dá 1,3 passes-chave, vence 41% das disputas aéreas e recupera 1,3 bolas a cada 90 minutos jogados. É um atacante participativo e que colabora coletivamente com qualidade e eficiência.

Na partida de ontem (24) contra o Nacional do Uruguai pela Libertadores, Guerrero passou 30 minutos do primeiro tempo sem tocar na bola dentro da área adversária. Sua primeira participação foi um chute bloqueado na marca do pênalti. Passou outros 46 minutos do segundo tempo sem finalizar a gol.

Até que em uma jogada de Wellington Silva veio a assistência e a finalização certeira, garantindo a vitória que facilita a classificação do Internacional para as quartas-de-final da competição. Mais uma vez, foi decisivo.

Nas 16 partidas que entrou em campo pelo Inter, Guerrero não conseguiu finalizar a gol em apenas DUAS: as derrotas para o Palmeiras pelo Brasileirão e pela Copa do Brasil, ambas por 0x1. Aliás, as únicas vezes em que o Inter perdeu com o peruano em campo foram nestas duas partidas!!

Foram 11 vitórias e apenas três empates (todos 0x0) com Guerrero em campo e conseguindo finalizar a gol. Ou seja, quando Paolo consegue trabalhar, o Inter conquista 86% dos pontos em disputa.

Se isso não é fazer a diferença, eu não sei mais o que pode ser.

Os números são da plataforma InStat.

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