Arquivo Folha Imagem
Herói do título, Maradona
é carregado após a final
O Mundial de
Diego Maradona

A Copa do Mundo de 1986 por muito pouco não acabou sendo cancelada.

Inicialmente, seria realizada na Colômbia, mas problemas econômicos e a segurança precária fizeram o governo colombiano desistir de abrigar a Copa. Vários países se candidataram para organizar o torneio, entre eles o Brasil, mas o governo federal não apoiou a idéia.

Com o apoio da Fifa, motivada pelo sucesso da Copa de 70, o México acabou sendo escolhido. Tornou-se assim o primeiro país a receber duas edições do Mundial.

Em 1985, o México foi atingido por terremotos fortíssimos, que causaram muitos estragos e deixaram cerca de 25 mil mortos. Os estádios para a Copa, porém, não foram afetados.

Número de Participantes - 24
Jogos - 52
Gols - 132
Média de gols - 2,54
Sedes - Cidade do México, Guadalajara, Puebla, Toluca, Leon, Irapuato, Monterrey, Queretaro, Nezahualcoyotl
Média de público - 42.010 pessoas
Artilheiro - Lineker (ING) - 6 gols
Campeão - Argentina
Vice-campeão - Alemanha Ocidental
Terceiro colocado - França
Com a bola rolando, a já conhecida alegria da torcida mexicana foi recompensada com grandes jogos e belos gols.

O caminho da Argentina rumo ao título foi duro, mas com direito a show de Diego Maradona. Passou por Uruguai, Inglaterra e Bélgica antes de chegar à final, sempre graças às jogadas geniais e aos belos gols de seu principal jogador.

Na primeira fase da competição, os destaques foram Dinamarca e Marrocos. A "Dinamáquina", como ficou conhecida, mostrou um futebol ofensivo, de movimentação e velocidade. Bateu a Escócia, humilhou o Uruguai (goleada de 6 a 1) e venceu a poderosa Alemanha Ocidental, terminando em primeiro lugar no Grupo E.

O Marrocos surpreendeu a todos e foi o campeão do Grupo F, que tinha seleções tradicionais como Inglaterra, Polônia e Portugal. As duas equipes, no entanto, não mantiveram o mesmo nível e acabaram eliminadas nas oitavas-de-final.

A seleção mexicana teve uma boa participação, a melhor de sua história em Mundiais. Terminou em primeiro lugar no Grupo B, passou pela Bulgária nas oitavas e caiu na decisão por pênaltis diante da Alemanha nas quartas.

Entre os favoritos, os destaques da primeira fase foram Argentina, com Maradona em grande forma; França, com Platini comandando a equipe; e o Brasil, que venceu seus três jogos.

Brasil e França se encontraram nas quartas-de-final. No segundo tempo, Zico perdeu o pênalti que poderia ter garantido o triunfo brasileiro; a sorte esteve do lado da França na decisão por pênaltis. Na semifinal, os franceses caíram diante da Alemanha, que garantiu um lugar na final com uma vitória por 2 a 0.

Na final, nem mesmo a forte marcação e a tradição alemãs foram suficientes para brecar a Argentina. Muito marcado, Maradona pouco apareceu no jogo, mas decidiu quando teve a chance.

Com o placar em 2 a 2 a pouco mais de cinco minutos para o fim, deu um passe preciso para Burruchaga fazer o gol da vitória e garantir à Argentina o bicampeonato mundial.





Arquivo Folha Imagem
Maradona passa por zagueiro sul-coreano

DIEGO MARADONA

Mais do que o destaque, o meia Diego Armando Maradona foi o dono da Copa de 86. Campeão, saiu dela alçado à condição de gênio.

Maradona foi o líder, a estrela maior de um time mediano, porém muito bem organizado e determinado. Hábil e veloz, infernizou defesas e encantou a torcida.

Ele atuou em todos os sete jogos da seleção argentina e marcou cinco gols. Balançou as redes pela primeira vez no empate em 1 a 1 com a Itália, na primeira fase. Voltou a marcar apenas nas quartas-de-final, mas a espera foi mais do que recompensada.

Diante da Inglaterra, Maradona contou com uma ajuda dos céus para fazer o primeiro da Argentina, o famoso gol com a "mão de Deus".

Mais tarde, marcou um dos mais belos gols da história das Copas: saiu driblando do meio de campo, passou por toda a defesa inglesa, invadiu a área, driblou o goleiro e tocou para as redes, classificando a Argentina para as semifinais.

Na semifinal, contra a Bélgica, Maradona voltou a dominar. Marcou os dois gols argentinos.

Na final, foi marcado pelos alemães e não fez gols, mas decidiu o jogo. Aproveitou um único descuido da defesa para fazer um lançamento preciso e deixar Burrochaga à vontade para fazer o gol do bi.