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Com psicólogo e 'babá' de esqui, brasileira terá equipe de estrela em Sochi

Isabel Clark é a estrela da delegação brasileira em Sochi e leva na bagagem a 9ª colocação em 2006 - AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS
Isabel Clark é a estrela da delegação brasileira em Sochi e leva na bagagem a 9ª colocação em 2006 Imagem: AFP PHOTO / ADRIAN DENNIS

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

05/02/2014 06h00

A eufórica comemoração de Isabel Clark há oito anos em Turim após a conquista do 9º lugar no snowboard cross ainda simboliza o auge dos esportes de inverno do país. Foi um momento raro de um brasileiro infiltrado entre os dez melhores em qualquer uma das modalidades deste universo competitivo, seja em provas de neve ou de gelo.

Com essa lembrança, agora aos 37 anos, Isabel vai aos Jogos de Sochi com um status diferente em relação aos demais compatriotas que disputarão a Olimpíada. A atleta carioca é a única com chances reais de terminar entre as melhores de sua modalidade e, por isso, terá uma equipe com cinco profissionais à disposição. 

"A gente está investindo mais no suporte para ela. Então ela vai ter o que não teve em Vancouver. Ela vai ter um ski man para cuidar, para preparar a prancha dela, que libera o técnico para outras atividades. O psicólogo dela está lá, como esteve em Vancouver, e em 2006 também", relata Stefano Arnhold, presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve e chefe da missão do país em Sochi.

Em Sochi, Isabel contará com os serviços de uma equipe multinacional. Um esloveno cuidará da prancha da brasileira. Seu técnico é o chileno Iván Fuenzalida, que também é seu marido. O time ainda tem um assistente técnico suíço e um psicólogo, do Chile. O próprio presidente da confederação arregaçará as mangas como uma espécie de auxiliar de pista.

"No SBX as pistas são muito longas e preciso de vários olhos para me darem feedback do que está acontecendo em pista. Além do Iván, meu treinador, estamos compartilhando com a Eslovênia outro treinador e um ski man. Além de contar com um psicólogo esportivo. Esse suporte é super importante para eu estar consciente de tudo que está acontecendo na pista, de como eu e todos os atletas estão descendo", afirmou Isabel, em entrevista ao UOL Esporte.

"O trabalho mais pesado é do profissional que cuida das pranchas. Ele trabalha horas seguidas nos dias prévios à competição, encerando diversas vezes as pranchas e, no dia da competição, fica na partida, preparando as pranchas antes de cada descida com produtos especiais [acelerantes que contem flúor]", explica a brasileira do snowboard.

Isabel vem de sua melhor participação em uma etapa da Copa do Mundo. Em janeiro a carioca conseguiu uma inédita participação em uma final em Andorra, com uma 6ª colocação. A atleta se diz melhor do que nunca para encarar a terceira Olimpíada da carreira.

"Me vejo mais experiente e mais forte fisicamente e tecnicamente. Estou numa fase boa e tenho a bagagem de dois Jogos Olímpicos como referência", declara Clark, que completou 15 anos de "inverno duplo", nos hemisférios sul e norte, abdicando do verão.

Além de Isabel, outros dois brasileiros dos esportes de neve contarão com profissionais estrangeiros para cuidar de seus esquis: Leandro Ribela (do cross country) e Jaqueline Mourão (classificada no cross country e no biatlo).

A disputa feminina do snowboard cross está prevista para 16 de fevereiro na Olimpíada de Sochi.