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Bruno Senna diz não aproveitar fama com as mulheres tanto quanto outros pilotos

Bruno Senna brinca com nova chance de "vender coco" caso fique sem carro para 2012 - LRGP/MF2
Bruno Senna brinca com nova chance de 'vender coco' caso fique sem carro para 2012 Imagem: LRGP/MF2

Rubens Lisboa e Samuel Cabral

Em São Paulo

24/11/2011 06h00

Em sua segunda temporada na Fórmula 1 e carregando consigo o sobrenome de um dos maiores pilotos da história da categoria, o piloto brasileiro Bruno Senna revela não conseguir aproveitar tanto a fama como outros que correm o circo da F-1 quando o assunto é o assédio feminino em torno das pistas.

Sobrinho do tricampeão mundial Ayrton Senna, o piloto afirmou em entrevista ao UOL Esporte que o fato de ser ‘caseiro’ não ajuda a explorar o quanto a fama por correr na Fórmula 1 costuma render a outros que estão na principal categoria do automobilismo mundial.

Bruno Senna ainda revela que tenta não ter de ‘vender coco’ na próxima temporada, comemora o fato de a F-1 já começar a lhe reconhecer mais pelo que fez na carreira do que apenas pelo fato de ter um nome conhecido e se esquiva sobre os pedidos de cuidado de Galvão Bueno nas narrações das corridas quando arrisca uma ultrapassagem. “Eu não sei disso porque não assisto as corridas aqui no Brasil (risos)”, brinca o piloto de 28 anos. Confira os melhores momentos da entrevista em vídeo e a íntegra logo abaixo:

Assédio feminino

“A vida de piloto de Fórmula 1 não é uma vida em que você sai muito, que você está muito disposto porque está sempre praticando esportes, sempre fazendo atividades ligadas à corrida, então é difícil de dizer exatamente. Não estive muito no Brasil neste ano por causa da minha agenda, mas acho que com certeza tem gente que se diverte mais com a fama do que eu, a maioria dos pilotos de Fórmula 1, e eu sou mais do tipo caseiro mesmo, então não sou muito dessa parte”

AMBICIOSO NA FÓRMULA 1

Meu objetivo é ser vencedor na F-1, tenho que ir passo a passo. Comecei marcando pontos, que já foi uma grande vitória. O próximo passo é terminar entre os cinco primeiros, depois entre os três, vencer e pensar em título

Bruno Senna, piloto da Lotus Renault

Pressão do sobrenome

“A pressão não é algo que você tem que se esquivar, é algo que você deve aceitar e entender. Eu tive que aprender a lidar com pressão desde o começo da minha carreira e a pressão era enorme desde o começo. Na F-1 continua enorme, mas eu tenho experiência para lidar com isso, muito mais capacidade de lidar com isso. Não é fácil, as pessoas esperam mais de mim do que esperam dos pilotos que estariam no mesmo nível que eu. Mas para mim o importante é manter o meu pé no chão, saber o que eu posso fazer e o que não posso fazer, aceitar quando eu cometo erros porque ninguém mais aceita quando eu cometo erros, só eu tenho que aceitar”

Reconhecimento na Fórmula 1

“As pessoas respeitam muito o sobrenome, claro, e acho que dentro do meio do automobilismo as pessoas respeitam muito o que eu fui capaz de fazer antes de chegar na Fórmula 1 independentemente do sobrenome. Isso é muito importante para mim, dá uma grande motivação, uma grande confiança porque saber que em pouco tempo acabei chegando perto da F-1 já me traz uma grande confiança, mas saber que as pessoas me respeitam pelo trabalho que eu fiz também é muito importante”

Correr na F-1 ou ‘vender coco’ em 2012

“A chance de vender coco ainda existe, inclusive eu achei que iria começar esse ano vendendo coco, mas acabou que felizmente as coisas mudaram no começo do ano e tive a chance fantástica de correr pela equipe, que me dá a verdadeira chance de mostrar o que sou capaz de fazer na F-1. Para o ano que vem não vai ser fácil, a gente tem que trabalhar bastante ainda para trabalhar em alguma equipe. A gente tem uma chance boa de continuar na Lotus Renault, mas existe muita disputa, muitos pilotos também no páreo. E a gente precisa fechar ainda o suporte do patrocínio, fazer também a última corrida do ano, que é uma corrida importante também. Todos esses fatores juntos vão definir se eu vou vender coco ou se vou continuar na Fórmula 1 no ano que vem”

BRUNO ADMITE DISPUTA COM 'PROFESSOR'

  • LRGP/MF2

    Sem assento garantido na F-1 para 2012, Rubens Barrichello surge como ameaça a Bruno Senna, que assumiu uma vaga na Renault, mas também não sabe se continua. O curioso é que Rubinho é um conselheiro do sobrinho de Ayrton Senna

Concorrência com Barrichello

“Todo mundo é concorrente na Fórmula 1 e mesmo assim nada muda no nosso relacionamento. Acho que tem muitos pilotos que estão no páreo, como eu e o Romain dentro da mesma equipe querendo pegar esse assento, mas tem outros pilotos fora da equipe que também querem pegar esse assento, então não é uma situação fácil. Na F-1 é assim, sempre uma competição acirrada por cada segundo de volta que você está lá e também a cada segundo que você está dentro do carro. O Rubinho, se está no mercado ainda, com certeza é uma das opções que a equipe tem. A gente está num esporte que é sempre um entra e outro sai, vamos ver o que a gente consegue fazer. Espero que o Rubinho esteja no grid também no ano que vem junto comigo”

Amizade com pilotos

“É possível ter amizade com pilotos dentro da Fórmula 1, todo esportista pode ser amigo de outro esportista, mas o importante é ter respeito, ter uma relação boa dentro e fora da pista, não só fora. Acho que os brasileiros sempre se dão muito bem, a gente sempre está com o Felipe e o Rubinho fazendo as coisas juntos, então é possível, mas é claro que não é fácil, dentro do esporte a competição às vezes toma um pouco de conta do relacionamento entre as pessoas”

Sonho com vitórias

“Como todo esportista de alto nível, meu objetivo é ser vencedor na Fórmula 1. Acho que tem que ir passo a passo, comecei marcando pontos, que já foi uma grande vitória. O próximo passo é terminar entre os cinco primeiros, depois entre os três primeiros, vencer corrida e a partir daí começar a pensar em campeonato. Tudo isso leva tempo, é importante o aprendizado acontecer de uma forma natural”

Lotus em Interlagos após sete anos

“Em 2004 eu pilotei a Lotus preta original, que era do Ayrton, mas foi em uma homenagem, não era uma competição. Então claro que a aproximação é muito diferente, estou chegando aqui só para competir desta vez. Já foi especial aquela vez sentir o carinho da torcida mesmo sem estar competindo, mas desta vez o esquema é bem diferente, um negocio de competição e com chance de conseguir resultados expressivos. Estou muito animado para o fim de semana, estou muito contente por estar aqui, e quero entregar uma boa corrida para o pessoal”

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