Topo

Fórmula 1

Príncipe do Bahrein e chefe da F-1 ignoram ameaças e descartam cancelar corrida

Ecclestone passeia em Sakhir ao lado do príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa - Ahmed Jadallah/Reuters
Ecclestone passeia em Sakhir ao lado do príncipe Salman bin Hamad al-Khalifa Imagem: Ahmed Jadallah/Reuters

Das agências internacionais, em Manama

20/04/2012 11h22

Nesta sexta-feira, a equipe Force India se recusou a participar da segunda sessão de treinos livres no Bahrein para voltar ao hotel antes de anoitecer e evitar novos encontros com motins de rebeldes. Mas nem a ameaça à segurança das equipes e nem os apelos da comunidade internacional podem mudar a ideia do chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, que ensaiou seu discurso com o do príncipe bareinita.

Para Sheikh Salman bin Hamad al-Khalifa, príncipe do Bahrein, a corrida será boa para a nação, apesar dos frequentes protestos nas ruas. “Acho que cancelar a corrida só vai dar mais poder aos extremistas”, afirmou o governante sunita, que enfrenta a resistência da maioria xiita do país.

“Para nós que estamos tentando achar uma maneira de contornar esse problema político, realizar a corrida nos permite construir pontes entre as diferentes comunidades, para unir as pessoas e celebrar nossa nação. É uma ideia positiva”, concluiu o príncipe.

O herdeiro do trono deu suas explicações no circuito de Sakhir ao lado do chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, que foi irônico ao comentar as ameaças sofridas por integrantes de Force India e Sauber em meio às revoltas populares no Bahrein. O detentor dos direitos comerciais da categoria disse que simplesmente "não pode" cancelar o GP.

“Se eles quiserem trabalhar até uma da manhã, ficarei feliz de ficar aqui e ir com eles no mesmo carro dos mecânicos sem escolta”, disse Ecclestone sobre o temor da Force India, que abriu mão do segundo treino livre para voltar ao hotel antes de anoitecer.

VEJA A PROGRAMAÇÃO DO GP DO BAHREIN

“O que nós realmente precisamos é de um terremoto ou algo assim, para que vocês possam ter sobre o que escrever”, completou Bernie. Mas, pela tensão vivida no Bahrein na quinta-feira à noite, talvez não seja preciso tudo isso.

Manifestantes enfrentaram policiais na noite de quinta-feira em bairros xiitas, e as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Os ativistas lançaram coquetéis molotov contra os soldados. Os rebeldes pedem o cancelamento do GP de Fórmula 1 e exigem a queda do rei sunita Hamad bin Isa al-Khalifa. 

Fórmula 1