Topo

Fórmula 1

Acusado de suborno, Bernie Ecclestone deixa comando da F-1

Do UOL, em São Paulo

16/01/2014 11h48

Depois de quase 40 anos na direção da Fórmula 1, Bernie Ecclestone foi afastado do comando da categoria por causa das acusações de suborno que enfrenta na Justiça alemã. A saída de Ecclestone do conselho de diretores da F-1 foi anunciada nesta quinta-feira pela CVC, acionista majoritária da categoria. O dirigente deve apenas manter o cargo que ocupa atualmente, mas "sob monitoramento".

De acordo com o comunicado da CVC, Ecclestone "vai deixar o cargo de diretor, abandonar seus deveres e responsabilidades no conselho até que o caso seja resolvido". A empresa informou que o dirigente "assegurou que é inocente das acusações e pretende se defender vigorosamente no caso".

Ecclestone tinha papel de destaque na Fórmula 1 desde 1978, quando assumiu a presidência da Foca, associação dos construtores da categoria. Na década de 1980, a instituição ficou marcada por quedas de braço com a Fisa, antigo braço esportivo da FIA comandada por Jean-Marie Balestre.

Nos anos 1990, as brigas pelos direitos de televisão da Fórmula 1 se arrastaram por quase toda a década, até que em 1997 um Pacto de Concórdia foi assinado, dando à FOM, empresa comandada por Ecclestone, o poder de gerenciar as negociações de TV, com repasses anuais à categoria.

Nesta quinta-feira, a Audiência Provincial de Munique admitiu o trâmite da acusação de suborno contra o chefe da Fórmula 1, o britânico Bernie Ecclestone, pelo suposto pagamento de 44 milhões de dólares a um antigo diretor do banco público bávaro "BayernLB".
 
Ecclestone é acusado de subornar o banqueiro alemão Gerhard Gribkowsky durante o processo de venda da participação que o BayernLB tinha no negócio da Fórmula 1. O banqueiro recebeu em 2006 a incumbência do instituto público "BayernLB", que pertencia ao conselho de administração, de vender sua participação na Fórmula 1, operação na qual trabalhou estreitamente com Ecclestone.
 
O dirigente teria recebido do banco uma comissão de 66 milhões de dólares, dos quais teria retornado a Gribkowsky a quantia de 44 milhões para que a instituição vendesse sua participação à empresa CVC. Gribkowski foi condenado a oito anos de prisão e na sentença o juiz Peter Noll disse que Ecclestone tinha conduzido o banqueiro ao delito. Ecclestone rejeitou repetidas vezes as acusações e assegura não ter feito nada ilegal. O processo deverá começar no final de abril.
 

Fórmula 1