Topo

Fórmula 1

Alonso cobra mudanças no carro após chegada de novo chefão da Ferrari

Livio Oricchio

Do UOL, Em Xangai (China)

17/04/2014 11h58

A Ferrari vencendo ou quando apresenta fraco desempenho, como agora, é sempre notícia. E seu tão polêmico quanto competente piloto, Fernando Alonso, abordou questões importantes, nesta quinta-feira, no circuito de Xangai, na conversa com a imprensa, como as recentes mudanças na equipe.

Os treinos livres do GP da China, quarto do calendário, começam hoje às 23 horas, horário de Brasília, 10 horas de sexta-feira em Xangai.

A demissão de Stefano Domenicali, embora oficialmente ele apenas tenha entregado o cargo, mereceu o comentário de Alonso: "Em primeiro lugar, Stefano é um grande homem. É um amigo próximo e isso não é um segredo para ninguém, nos conhecemos há anos. Esquiamos juntos e esta semana mesmo (depois da demissão) conversamos várias vezes".

O novo diretor geral da Ferrari, Marco Mattiacci, é um desconhecido de Alonso. O piloto rebateu as críticas por assumir função tão importante sem conhecer a F1. Mattiacci presidia a Ferrari nos Estados Unidos, mercado responsável por absorver cerca de um terço da produção de automóveis da empresa, algo como 2 mil unidades por ano. "Temos de dar um tempo para Mattiacci, é cedo para dizer se realizará um trabalho bom ou ruim", falou o espanhol.

"Primeiro ele terá de sentir a equipe inteira consigo e o mais rápido possível para se sentir confortável. Espero que tenha sucesso na sua gestão", complementou. Alonso demonstrou desconhecer até mesmo a agenda do novo diretor da Ferrari. "Não tive a chance ainda de falar com ele, não sei se virá para cá, espero que sim. Desejo que ele reconheça as áreas do carro que precisam ser melhoradas." A Ferrari divulgou quando do anúncio da sua escolha, segunda-feira, que Mattiacci estrearia já no GP da China.

O espanhol é apontado como um dos que mais estimularam Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, a promover uma reestruturação na equipe. Em vez de aproveitar a oportunidade gerada pela mudança radical do regulamento para produzir um carro potencialmente campeão, como fez a Mercedes, ficou provado nas três primeiras etapas, este ano, que a Ferrari andou ainda mais para trás.

"Apesar de amigos, temos de separar os aspectos amizade e trabalho. Stefano teve uma boa gestão na Ferrari. Em 2010 e 2012 poderíamos ter sido campeões (Alonso disputou o título até a última etapa) e em 2008 também Stefano poderia ter vencido o Mundial com Felipe. Seriam três campeonatos no seu currículo", disse Alonso. "Além disso trouxe Pat Fry, James Allison, Kimi Raikkonen, mas todos dependem de resultado no esporte, a pressão é grande em especial na Ferrari." De 2008 até o último GP de Bahrein, Domenicali obteve apenas o título de construtores no seu primeiro ano no time.

A declaração de Alonso reforça a impressão da F1 de que defende mudanças também em outras áreas da Ferrari, além da administração geral. E elas são a de motor, liderada hoje por Luca Marmorini, e de chassi, pelo grego Nikolas Tombazis. Mattiacci dará entrevista amanhã, depois do treino livre da tarde.

O UOL Esporte perguntou a Alonso, na entrevista coletiva, o que significava aquela celebração bastante particular, no GP de Bahrein, dia 6. O espanhol recebeu a bandeirada na nona colocação, 32 segundos depois do vencedor, Lewis Hamilton, da Mercedes, mas tirou o braço do cockpit e socou o ar, como se tivesse ganhado a corrida. "Estava agradecendo os mecânicos. O carro teve problemas no sábado, não sabíamos se estaria em condições no domingo, mas disputei a prova sem problemas." Na F1, muitas vezes a versão é melhor que o fato.

Fórmula 1