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Fórmula 1

Raikkonen desabafa sobre reinício ruim na F1: 'Tenho tido tempos difíceis'

Livio Oricchio

Do UOL, em Xangai (China)

21/04/2014 08h42

Todos que gostam e acompanham a F1 sabem que, para os pilotos, a primeira competição é dentro de casa, exatamente contra o companheiro de equipe. E nesse sentido a esperada disputa entre os dois campeões do mundo na Ferrari, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen, ao menos até agora não existiu. Hoje no GP da China mais uma vez o espanhol venceu o parceiro.

Nas quatro etapas já disputadas, Alonso chegou na frente em todas: quarto e sétimo na Austrália, quarto e 12.º na Malásia, nono e décimo em Bahrein, e terceiro e sétimo hoje no GP da China. Na disputa por melhor colocação no grid a vantagem é quase total de Alonso também: quinto e 11.º, quarto e sexto, nono e quinto, e em Xangai quinto e 11.º.

O UOL Esporte perguntou a Raikkonen na entrevista do finlandês o porquê desses resultados seguidos e inesperados. "Tenho tido tempos difíceis", respondeu o piloto campeão do mundo de 2007 com a Ferrari. O pior para Raikkonen, conforme explicou, é que não sabe a razão de estar mais lento que Alonso. "Espero encontrar a razão e mesmo uma solução para seja lá o que estiver errado."

Falou mais: "Eu simplesmente estava lento, não tinha aderência, na frente, na traseira, não é algo que eu possa dizer é isso ou aquilo." O finlandês disse que desde a primeira etapa do campeonato, na Austrália, nunca dispôs de um carro em que se sentisse à vontade, equilibrado, rápido.

"Não sei se é por causa de eu não conseguir fazer os pneus trabalharem na temperatura ideal de aderência. Quando são novos, tenho aderência é uma coisa, mas depois eles se degradam, sou obrigado a reduzir o ritmo, a temperatura cai e o problema vai se agravando", explicou, abalado como em poucas ocasiões. Costuma não demonstrar o que sente.

Ainda no GP de Bahrein, Alonso comentou não enfrentar a mesma dificuldade de Raikkonen. E ontem não perdeu a oportunidade de lançar um de seus torpedos públicos para o companheiro, a fim de lembrá-lo de que está bem na frente na disputa entre ambos. O espanhol é um dos pilotos que, apesar de não reconhecer, mais nutre a concorrência interna.

O UOL Esporte perguntou a Alonso sobre como explicar que no GP de Bahrein terminou em nono enquanto hoje o desempenho do modelo F14T foi muito superior, a ponto de levá-lo ao pódio. Foi a deixa para cutucar Raikkonen: "Avançamos com as peças novas que introduzimos no carro, mas mantenho os meus pés no chão. O meu companheiro, por exemplo, terminou mais de um minuto depois de Lewis (Hamilton)."

Alonso, em terceiro, recebeu a bandeirada 23 segundos depois de Hamilton. Raikkonen, oitavo, um minuto e 16 segundos.

A conversa do finlandês com os jornalistas foi de uma sinceridade pouco comum na F1, deu detalhes das razões de ser menos eficiente que o companheiro. "Não sei, talvez seja uma combinação entre as características dos pneus, do circuito e do meu estilo de pilotar. Mas mudar o seu estilo não é algo que se consegue da noite para o dia."

O UOL Esporte questionou, ainda, como era lutar pelas primeiras colocações nos dois últimos anos, quando foi até candidato ao título, pela Lotus, e de repente se transfere para uma equipe de maiores recursos e não tem a mesma performance do companheiro.

"Tenho já tempo sufiente de F1 para entender como as vezes as coisas funcionam aqui, ora sobem ora descem. Assim que definirmos as razões das minhas dificuldades tudo ficará mais fácil. O que temos de fazer é trabalhar muito para descobrir como posso tirar o máximo do carro, o que não está sendo possível nesse momento", disse. "Pelo menos tenho marcado pontos com regularidade, melhor que nada."

Nas quatro etapas Raikkonen somou 11 pontos e ocupa a 12.ª colocação no Mundial. Alonso tem 41 pontos e é o terceiro. O líder é Nico Rosberg, da Mercedes, com 79, agora seguido de perto por Hamilton, 75.

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