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Fórmula 1

F1 já vive negociações para 2015; veja como ficam as equipes no próximo ano

Livio Oricchio

Do UOL, em Nice (França)

14/07/2014 11h57

O GP da Alemanha, no próximo fim de semana, será o décimo do calendário. Depois restarão mais nove etapas para o encerramento do campeonato. Tradicionalmente é nessa fase da temporada que as negociações entre os diretores das equipes e os empresários dos pilotos se intensificam. 

Apesar de a tecnologia adotada este ano na F1, com a introdução dos modelos híbridos, ter reduzido ainda mais a importância do piloto no resultado final da competição, a maior ou menor eficiência do piloto continua fazendo diferença. 

As vitórias, por exemplo, praticamente se limitam a quem pilota para a Mercedes, Nico Rosberg e Lewis Hamilton. Mas Daniel Ricciardo, na Red Bull-Renault, Fernando Alonso, Ferrari, e Valtteri Bottas, Williams-Mercedes, estão provando essa tese de que a responsabilidade do piloto ainda é elevada. Seu trabalho é notável.

Não é por acaso que Ricciardo, Alonso e Bottas estão classificados apenas atrás de Rosberg, o líder do Mundial, e Hamilton, segundo.

Vamos percorrer, agora, uma a uma as 11 equipes da F1 e entender o que, nesse instante, está se desenhando para 2015 em termos de formação de pilotos.

Observação muito importante: o campeonato do ano que vem será o segundo dessa nova tecnologia. Todos aprenderem muito com os seus equívocos nos projetos de 2014, bem como com as soluções vencedoras incorporadas pelo grupo de engenheiros que produziu o modelo W05 Hybrid da Mercedes, coordenado pelo italiano Aldo Costa, curiosamente dispensado pela Ferrari, em 2011, logo depois de Fernando Alonso tomar uma volta do vencedor no GP da Espanha, Sebastian Vettel, da Red Bull.

Não acabou: a FIA autorizou os três fornecedores das unidades motrizes, ou seja, o motor V-6 de 1,6 litro Turbo e os dois sistemas de recuperação de energia, reverem completamente seus projetos. Isso que dizer que em 2015 a unidade motriz da Ferrari e da Renault não vão produzir tão menos potência que a da Mercedes, uma das razões do seu sucesso este ano. As duas substituíram elementos-chave de sua organização.

Houve troca importante de técnicos também na área que trata dos chassis. A aerodinâmica do MP4/30-Honda da McLaren terá a assinatura do inglês de origem grega Peter Prodromou, ex-braço direito de Adrian Newey, da Red Bull. E este, com uma unidade motriz Renault mais eficiente, deverá vir com outra obra de arte para o time austríaco, de acordo com o seu histórico.

Depois de oito anos, o projeto do carro da Ferrari não está sendo coordenado pelo grego Nikolas Tombazis, mas pelo inglês James Allison, e os estudos aerodinâmicos estão aos cuidados do sul-africano Dirk de Beer, ambos responsáveis pelos eficientes modelos da Lotus de 2012 e 2013. Tombazis é coadjuvante do projeto.

A Williams, por sua vez, comprovou que seu renovado grupo técnico, coordenado pelo experiente Pat Symonds, e as ações de pista sob a orientação de Rob Smedley, ex-Ferrari, é dos mais capazes. Pode crescer ainda mais. O sucesso deste ano lhe permitirá um orçamento melhor em 2015.

A Lotus tem uma estrutura de escuderia vencedora, conforme as temporadas de 2012 e 2013 atestaram, quando Kimi Raikkonen e Romain Grosjean chegaram ao pódio com regularidade. O finlandês ganhou um GP em cada ano, Abu Dabi em 2012 e Austrália, 2013. 

Para o ano que vem terá a unidade motriz da Mercedes e desde já os novos engenheiros que assumiram a direção técnica da Lotus no ano passado, com a saída de Allison e Beer, sob a coordenação de  Nick Chester, agora mais maduros, trabalham no modelo de 2015.

Portanto, Red Bull, Ferrari, McLaren, Williams, Lotus, principalmente, reúnem os elementos necessários para projetar e construir carros potencialmente bem mais eficientes que os atuais e, dessa forma, poderem lutar com a Mercedes, hoje não possível.

Em outras palavras, faz sentido esperarmos um campeonato mais disputado, com a Mercedes não mais vencendo tudo. Sua vantagem técnica hoje é expressiva e como o regulamento será o mesmo, no ano que vem, não há dúvida de que seguirá forte, mas as chances de impor hegemonia semelhante a desta temporada são pequenas.

E os pilotos sabem melhor que todos nós que a temporada de 2015 tem tudo para ser distinta da deste ano. É um equívoco acreditar que o próximo campeonato vai começar exatamente como terminará o deste ano. As possibilidades de ser diferente, diante do exposto, são elevadas. Essa esperada nova realidade da F1, mais competitiva, pode ter efeito na decisão de alguns pilotos.

Mercedes

Fica como está, Rosberg e Hamilton têm contrato.

Nico Rosberg, alemão, 29 anos, líder do Mundial, com 165 pontos, três vitórias no ano, assinou em maio a extensão do seu contrato com a Mercedes até o fim de 2016. Os valores são estimados, mas acredita-se que não sejam muito distintos disto: recebia 7 milhões de euros (R$ 23 milhões) por ano e passou para 10 milhões (R$ 34 milhões). 

Mas Hamilton já recebe 24 milhões de euros (R$ 81 milhões). Se Rosberg for campeão o valor do contrato para os dois próximos anos cresce. Alemães bem informados no paddock imaginam que para 15 milhões de euros (R$ 51 milhões) por temporada. 

Ainda assim, haverá uma diferença importante entre o que um e outro piloto da Mercedes recebem por ano. Se por vezes Hamilton reclama que a escuderia é menos eficiente consigo nos pit stop, Rosberg lembra a direção da Mercedes que, mesmo recebendo, hoje, menos da metade do inglês, está na sua frente no campeonato.

Lewis Hamilton, inglês, 29 anos, vice-líder, 161 pontos, cinco vitórias, assinou com a Mercedes em setembro de 2012 para competir com os alemães em 2013, 2014 e 2015. Portanto, a exemplo de Rosberg, permanece na equipe no ano que vem. Provavelmente não deve assinar a extensão do contrato, como fez Rosberg. 

Faria sentido esperar o início do próximo campeonato a fim de entender quem, de fato, tem potencial para em 2016 conceber e construir um carro vencedor. Hamilton sabe que tem mercado praticamente onde desejar, desde que haja vaga no time.

Red Bull

Fica como está, Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo têm contrato para 2015.

Sebastian Vettel, alemão, 27 anos, sexto no Mundial, 70 pontos, assinou em junho de 2013 a extensão do seu contrato até o fim de 2015. Este ano e o próximo, portanto, a não ser que alguém apareça e pague a multa rescisória, pouco provável, Vettel permanece na Red Bull. Deverá ter uma temporada bem melhor em 2015, com o esperado avanço da unidade motriz da Renault.

Daniel Ricciardo, australiano, 25 anos, terceiro no Mundial, 98 pontos, assinou com o time de F1 da Red Bull em setembro do ano passado, contrato de três anos. Já era integrante do programa de formação de pilotos da Red Bull. A opção de renovar ou não o contrato ao fim de cada campeonato pertence à direção da Red Bull. 

E Christian Horner, diretor do time, exerceu a opção sobre o seu trabalho logo depois da brilhante vitória no GP do Canadá, o que significa que o excelente australiano seguirá como companheiro de Vettel em 2015.

Ferrari

Se valer o que está escrito nos contratos, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen continuarão a formar sua dupla em 2015.

Fernando Alonso, espanhol, 33 anos, quarto no Mundial, 87 pontos, assinou em maio de 2011 a extensão do seu contrato com a Ferrari até o fim de 2016. Não há opção da equipe ou do piloto ao fim de cada ano. Sabe-se, porém, que existe cláusula de performance, em favor de Alonso.

Comenta-se que ele poderia exercê-la no caso de a Ferrari não estar classificada dentre os três primeiros no Mundial de Construtores até o final de julho, antes da férias da F1. Parece proceder. Hoje, depois de nove etapas, a líder é a Mercedes, com 326 pontos, seguida da Red Bull, 168, e Ferrari, 106. Mas a quarta colocada, Williams, está próxima, 103.

Não é um rumor, mas fato: Ron Dennis, sócio da McLaren, tem mantido conversas com o empresário de Alonso, o espanhol Luis Garcia Abad, com o objetivo de entender quais são os seus planos para o futuro. A Honda não hesitaria em fazer um grande investimento para ter um piloto da competência de Alonso na equipe. A Honda está de volta a McLaren. Ayrton Senna foi três vezes campeão, em 1988, 1990 e 1991, com McLaren-Honda.

Esses encontros entre diretores e empresários são normais, fazem parte da F1, mesmo no caso de pilotos que já têm contrato com suas organizações, como é o caso de Alonso com a Ferrari. Dennis fez o mesmo com os responsáveis pelo gerenciamento da carreira de Hamilton, a empresa XIX Entertainment, dirigida por Simon Fuller.

É bem pouco provável que Alonso, caso lhe seja possível, troque a Ferrari pela McLaren no fim do campeonato. A escuderia de Ron Dennis ficou muito para trás este ano. Vai crescer em 2014, não há dúvida, mas aos 33 anos Alonso quer garantias, se é para mudar de escuderia. 

Dinheiro não é o problema. É o mais bem pago da F1, com 28 milhões de euros (R$ 95 milhões) por ano. Mais prêmios. A Ferrari está revendo muita coisa internamente. Alonso tem sido muito ouvido por Marco Mattiacci, diretor substituto de Stefano Domenicali. Deve ter um 2015 bem melhor também. 

Mais: o maior responsável por Alonso deixar a Renault e se transferir para a Ferrari, no fim de 2009, foi o banco Santander, patrocinador dos italianos. A instituição pagou para Kimi Raikkonen, apesar do contrato em 2010, deixar a Ferrari. Uma eventual saída de Alonso implicaria rever os compromissos do banco com a Ferrari. Tudo é possível, lógico, mas nesse caso bem pouco provável. Alonso deve seguir onde está.

Kimi Raikkonen, finlandês, 34 anos, 12.º no Mundial, 19 pontos, tem contrato para correr pela Ferrari em 2015. Mas Luca di Montezemolo, presidente da empresa, e Mattiacci compreenderam que o finlandês, sem um carro que o permita lutar pelas primeiras colocações, se desestimula. Exatamente como aconteceu em 2009, o que levou a direção da Ferrari substituí-lo por Alonso.

As próximas etapas serão decisivas para o seu futuro na F1. Se demonstrar que poderá ser ainda útil para a equipe, com o esperado avanço da Ferrari em 2015, seguirá como o companheiro de Alonso. Se Montezemolo e Mattiacci sedimentarem de vez a impressão de que é o mesmo Raikkonen que deixou a Ferrari há cinco anos, acredite, pagarão pela segunda vez a multa contratual e o mandarão para casa.

Raikkonen pode também desejar, por conta própria, não mais permanecer na F1, já no fim do ano. Se for o caso, existe a possibilidade de um acordo. Em Silverstone, há dez dias, o campeão do mundo de 2007, pela Ferrari, anunciou que provavelmente parará de correr na F1 no fim do seu contrato, ao término da temporada de 2015. Mas pode ser antes da hora, como resultado de uma negociação com Montezemolo e Mattiacci ou mesmo compulsoriamente.

A essa altura, não há dúvida alguma de que o empresário de Raikkonen, o inglês Steve Robertson, o mesmo do brasileiro Felipe Nasr, vice-líder da GP2, mantém conversas regulares com Mattiacci. O UOL Esporte colocou no ar nos últimos dias reportagem ampla sobre o momento de Raikkonen, o seu futuro e eventuais substitutos na Ferrari no caso de ele sair.

Williams

Fica como está. Felipe Massa e Valtteri Bottas têm contrato para 2015.

Felipe Massa, 33 anos, décimo no Mundial, 30 pontos, assinou em novembro do ano passado contrato de três temporadas com a Williams. Ao que se sabe, ao final do segundo campeonato, ou seja, no fim de 2015, a opção de manter o compromisso é da Williams e não do piloto. 

Em 2015, Massa portanto segue na Williams. Sua experiência tem sido bastante útil ao time, conforme Bottas destacou em entrevista ao UOL Esporte nos dias do GP do Canadá. Há uma diferença importante de pontos em favor de Bottas, mas há atenuantes para Massa, embora não para justificar o finlandês somar 73 pontos e ele, 30.  

Valtteri Bottas, finlandês, 24 anos, quinto no Mundial, 73 pontos, tem contrato com a Williams renovável ano a ano. Mas quem não gostaria de tê-lo na equipe depois do excelente campeonato que disputa? É ao lado de Daniel Ricciardo a revelação do ano. O seu empresário é ninguém menos de Toto Wolff, ainda sócio da Williams (10%), do time da Mercedes (30%), além de diretor geral da organização alemã.

Se Bottas seguir demonstrando o talento que sugere ter, seu futuro pode está associado não apenas a Williams como a própria Mercedes. Wolff não liberaria seu piloto para a Ferrari, para substituir Raikkonen, ou McLaren, Jenson Button. Massa terá um companheiro ainda mais bem preparado em 2015.  Terá de se redescobrir ou mesmo reinventar.

Force India

Fica como está. Nico Hulkenberg e Sergio Perez têm contrato para 2015.

Nico Hulkenberg, alemão, 26 anos, assinou em dezembro do ano passado contrato de "vários anos" com a Force India. A opção de mantê-lo no grupo ou não renovar o compromisso é de Vijay Mallya, dono do time.  

Ainda que a temporada desse capaz alemão não esteja sendo tão aguerrida como a segunda metade do ano passado, com a Sauber-Ferrari, Hulkenberg e Alonso são os únicos pilotos que marcaram pontos nas nove etapas disputadas até agora. Os melhores resultados foram quatro quintas colocações. Apesar de Mallya não ter exercido a opção, o fará, a equipe conhece a competência de Hulkenberg.

Sergio Perez, mexicano, 24 anos, 11.º no Mundial, 28 pontos, também assinou com a Force India em dezembro do ano passado um contrato de "vários anos". Da mesma forma, cabe a Mallya a decisão de renovar ou não ao final das temporadas o seu compromisso. Ainda não anunciou, mas sabe-se que manterá o mexicano no grupo. 

Tem razões para isso, pois Perez disputa bom campeonato, com todas as críticas que recebe por seu comportamento nem sempre respeitoso ou mesmo legal na pista. No GP de Bahrein conquistou excelente pódio, terceiro lugar. 

Em 2015 os indícios são de que poderá mostrar melhor o seu trabalho na Force India, apesar de a concorrência muito provavelmente crescer. A Force India deverá enfrentar uma McLaren e Lotus mais fortes no ano que vem. 

McLaren

Não tem nenhum piloto sob contrato para 2015.

Jenson Button, inglês, 34 anos, oitavo no Mundial, 55 pontos, só perde em experiência para Rubens Barrichello, com participação em 325 GPs, e Michael Schumacher, 308. Button está em terceiro, empatado com Riccardo Patrese, 256.

Pois esse trabalhador piloto inglês está sem contrato para a próxima temporada, a de número 16 na carreira. Ainda é rápido, técnico e quase nunca erra. Não é o líder que Ron Dennis procura, tampouco tem a capacidade, a gana de Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso.

Mas diante de os três já terem compromisso com suas equipes para 2015, Dennis e seu tenaz e competente diretor, o francês Eric Boullier, talvez tenham de mantê-lo no grupo. A Honda volta à F1 no ano que vem e a enorme experiência de Button poderá ser útil, afinal é um campeão do mundo. Conquistou o título em 2009, com a Brawn GP.

O valor do contrato de Button é muito elevado. O jogo de cena de Dennis, criticando-o publicamente, visa também a criar as condições para pagá-lo bem menos em 2015. Estima-se que ganhe 12 milhões de euros (R$ 40 milhões). É provável que Dennis não aceite pagar mais da metade, agora. E se de fato vier o convite nesses termos Button vai concordar.

A não ser que, e essa pode ser a grande novidade da F1 em 2015, a Ferrari dispense Raikkonen, ou mesmo haja acordo para encerrar a carreira, e Mattiacci o chame para uma nova conversa. Button iria correndo. Não importa para ele ser companheiro de Alonso. 

O inglês tem o perfil do piloto que interessa a Ferrari. Experiente, ainda bem capaz de obter resultados, em princípio bastante eficaz na luta pelo título de construtores, e principalmente um profissional de fácil trato, importante quando o outro piloto é Alonso.

Se Mattiacci decidir substituir Raikkonen e não escolher um jovem, como o francês Jules Bianchi, da Academia Ferrari, com ótima temporada na Marussia-Ferrari, Button pode vir a ser o novo piloto da Ferrari.

Na hipótese ainda um tanto distante, mas não impossível, de Button se transferir para a Ferrari, um dos candidatos à sua vaga na McLaren é o francês Romain Grosjean, hoje na Lotus. Os dois lados já conversam. Primeiros contatos, como sempre ocorrem na F1. Boullier foi quem chamou o francês de volta à competição, em 2012, após o título na GP2, apesar da estreia ruim na F1, em 2009, no lugar de Nelsinho Piquet, na Renault. Mais: Boullier é o empresário de Grosjean.

Na realidade, Dennis e Boullier adorariam contar com um piloto de comprovada eficiência, mas não há atualmente ninguém com essa característica e sem contrato. A McLaren tem de fazer uma aposta, como faz com Magnussen.

E Grosjean e Magnussen juntos poderiam ser um problema. A McLaren está se reestruturando com a chegada de Peter Prodromou, ex-Red Bull, precisará de ao menos um piloto experiente. Essa é a principal razão de Button ter elevadas chances de seguir na equipe inglesa, mas, como foi exposto, ganhando bem menos. 

Kevin Magnussen, dinamarquês, 21 anos, nono no Mundial, 35 pontos, assinou com a McLaren, em novembro do ano passado, contrato para disputar apenas a atual temporada. Faz parte da Academia McLaren. A opção de renovar o seu compromisso é da direção da escuderia. E deverá exercê-la. 

Para um estreante e com um modelo deficiente como o MP4/29-Mercedes da McLaren, ter somado, até agora, 35 pontos, 20 a menos de Button, é uma boa referência de sua capacidade. Magnussen reúne os elementos necessários em um piloto para crescer, como velocidade e regularidade, apesar da pouca idade. 

Assim, a não ser que haja uma reviravolta no mercado, sempre possível na F1, Magnussen deverá de novo formar dupla com Button.

Lotus

Pastor Maldonado, 29 anos, venezuelano, sem pontos ainda no Mundial, tem contrato até o fim de 2015. Assinou em novembro do ano passado por dois anos. O novo ministro dos Esportes da Venezuela, Antonio Alvarez, anunciou em maio que não mais destinaria recursos da estatal de petróleo, PDVSA, para o automobilismo. Por haver outras prioridades no esporte da nação.

Mas o contrato assinado com a Lotus exige o pagamento de 28 milhões de euros (R$ 95 milhões) por ano. E terá de honrá-lo na próxima temporada. Por isso Maldonado segue onde está. Porém com uma boa notícia: o grupo de jovens engenheiros do time inglês, sob a coordenação de Nick Chester, já projeta o modelo de 2015 com a unidade motriz Mercedes em substituição a da Renault. 

Parte do investimento da PDVSA se destinará a pagar a montadora alemã. Sua unidade motriz, hoje cinco para cada piloto durante a temporada, quatro em 2015, custa 20 milhões de euros (R$ 68 milhões).

A outra vaga de piloto na Lotus está aberta. O mais provável é que Romain Grosjean siga como o companheiro de Maldonado. De novo: na F1 sempre há espaço para acordos, de toda natureza, que impliquem resultados inesperados nas negociações, como Grosjean se transferir para a McLaren-Honda.

Toro Rosso

Daniil Kvyat, 20 anos, completados dia 26 de abril, russo, 6 pontos, 15.º no Mundial, está confirmado para 2015, ainda que não oficialmente. A Red Bull tem a opção sobre o seu futuro e já o exerceu, apesar de não ter ainda anunciado. O talentoso, veloz e arrojado russo segue na Toro Rosso-Renault em 2015. 

A outra vaga está em aberto. O francês Jean Eric Vergne, 24 anos, 9 pontos, 13.º no Mundial, terá de produzir muito mais para permanecer na F1 no ano que vem. Está na sua terceira temporada na Toro Rosso, marcou pontos três vezes, diante de quatro ocasiões do companheiro estreante. E em geral é mais lento que Kvyat. 

Vergne não evoluiu como Helmut Marko, responsável pelo programa de jovens pilotos da Red Bull, esperava desde a estreia na F1, em 2012.

Nas três demais equipes, Marussia-Ferrari, Sauber-Ferrari e Caterham-Renault, as três últimas hoje no Mundial de Construtores, não há ninguém com vaga assegurada para 2015, ainda que Bianchi, se não conseguir nada melhor, deva seguir na Marussia-Ferrari. 

A lista de candidatos a competir, a princípio, pelas três é extensa. Os acordos financeiros, essencialmente, são quem determinam as contratações. Fazem parte dela o líder da GP2, o inglês Jolyon Palmer, e o vice-líder, o brasiliense Felipe Nasr, dentre outros.

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