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Fórmula 1

Treino livre mostrará como proibição de recurso afetará a F1 na Alemanha

Livio Oricchio

Do UOL, em Hockenheim (Alemanha)

17/07/2014 16h00

As 11 equipes da F1 iniciam amanhã, às 5 horas, horário de Brasília, os primeiros treinos livres do GP da Alemanha, em Hockenheim, sem o polêmico recurso do Fric, sistema hidráulico que atenua as oscilações da altura do carro e aumenta a geração de pressão aerodinâmica. A FIA o proibiu depois do GP da Grã-Bretanha, há duas semanas.

Na inspeção técnica desta quinta-feira no autódromo alemão, os comissários não detectaram a presença do sistema em nenhum dos carros. Apesar de proibido, talvez fosse possível a algum time que melhor explora o recurso, como a Mercedes, adotá-lo, ainda, e depois discutir a legalidade no tribunal de apelo da FIA. Não deverá ser o caso.

Ao contrário do que vem ocorrendo este ano nos primeiros treinos livres, quando poucos pilotos deixam os boxes, para economizar motor, câmbio etc, amanhã todos vão procurar acumular o máximo de quilometragem para entender como o carro vai se comportar sem o Fric, não há testes particulares na F1.


Os pilotos comentaram sobre as consequências da proibição do Fric, inesperada, em plena temporada, típica ação para tentar reduzir a vantagem técnica da Mercedes. "Você não vai ver a Marussia largar na pole position por causa dessa medida", afirmou Fernando Alonso, da Ferrari. "Há anos temos esse sistema, vai mudar muito pouco o comportamento dos carros."

Os maiores interessados nas novas reações de seus carros, a dupla da Mercedes, Nico Rosberg e Lewis Hamilton, líder e vice-líder do Mundial, comentaram: "É impossível prever. Com certeza terá alguma influência, precisamos esperar e ver o que acontecerá", falou o alemão.

A exemplo de Rosberg, Hamilton não demonstrou preocupação com o fim do Fric. "Não creio que vai alterar, ao menos de forma decisiva, vamos ver amanhã", disse o campeão do mundo de 2008. Sebastian Vettel, da Red Bull, que corre a meia hora de carro da sua cidade, Heppenheim, comentou esperar que haja, sim, mudanças. "Tomara que nos leve para mais perto da Mercedes. Será preciso esperar o fim de semana aqui e o próximo, na Hungria, para entender o impacto da proibição do Fric."

Sempre com poucas palavras, Kimi Raikkonen, da Ferrari, recuperado do acidente em Silverstone, dia 6, falou: "Não acho que entraremos num mundo completamente novo, mas até experimentarmos o carro sem (Fric) é melhor aguardar".

O engenheiro chefe de operações da Williams-Mercedes, Rob Smedley, falou com o UOL Esporte: "Vamos perder cerca de dois décimos de segundo por volta. É possível que outros carros percam um pouco mais, mas não muito. Assim, não vai modificar o que estamos assistindo. Talvez nos aproximemos mais de quem está na nossa frente porque no nosso carro o Fric quase não faz diferença".

Parece provável que a intenção de diminuir a diferença de desempenho entre a Mercedes e os concorrentes não venha a ser concretizar. É o que se pode entender dos comentários dos profissionais da F1. E se, de fato, tiver impacto em alguns times, os indícios não são, como destacou Alonso, de que vai alterar a atual ordem de forças entre as equipes, ao menos de forma significativa.

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