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Fórmula 1

Não será fácil para Rosberg conquistar nova vitória no GP da Hungria

Livio Oricchio

Do UOL, em Budapeste

26/07/2014 14h55

Há indícios de que neste domingo (27), no Circuito Hungaroring, em Budapeste, pela primeira vez na temporada uma equipe poderá desafiar a Mercedes na luta pela vitória em condições normais de competição. 

Sebastian Vettel, da Red Bull-Renault, segundo no grid, demonstrou na simulação de prova, nesta sexta (25), ter ritmo semelhante ao de Nico Rosberg, da Mercedes, pole position do GP da Hungria e líder do campeonato. "A diferença entre nós aqui é menor, vamos ver. Pode ser, sim, que amanhã seja possível lutar com ele", disse Vettel.

Talvez para desestimular seu eventual concorrente, Rosberg afirmou estar surpreso com a diferença imposta aos adversários. "Não esperava fosse tão grande." São discursos não só distintos como opostos. Se a definição do grid for referência, Vettel ficou a 486 milésimos de Rosberg, quase meio segundo, diferença grande para os padrões da F1. Vettel levou em conta, possivelmente, a simulação de corrida de sexta (25) e aí, sim, os dois ficaram próximos.

As 70 voltas do GP da Hungria responderão quem tem razão. No paddock, a aposta maior é que, verdadeiramente, desta vez Vettel e Ricciardo possam abrir luta com Rosberg.

O terceiro colocado no grid, Valtteri Bottas, da Williams-Mercedes, pode surpreender, mas não é o que a análise dos seus tempos de volta, no treino livre da tarde de ontem, sugere. Nas séries de 18 voltas seguidas completadas pela maioria dos pilotos, para entender o comportamento do carro e o desgaste dos pneus, os mais eficientes foram Lewis Hamilton e Roseberg, da Mercedes, e Vettel.

Hamilton enfrentou de novo problemas com o carro, fogo no conjunto traseiro, ainda no Q1, a primeira parte da definição do grid, e vai largar lá atrás, dos boxes. Isso por si só já é uma garantia de espetáculo, pois o desempenho do inglês campeão do mundo de 2008 nas 14 curvas do traçado de 4.381 metros é de encantar os que apreciam automobilismo. Não é à toa que Hamilton venceu quatro vezes o GP da Hungria. No ano passado, com Mercedes, em 2012, McLaren-Mercedes, bem como em 2009 e 2007.

Se chover ao longo das 70 voltas, como a meteorologia prevê, com largada às 14 horas em Budapeste, 9 horas de Brasília, a possibilidade de Hamilton receber a bandeira muito bem classificado será ainda maior. 

Outo fator que pode ajudar Vettel a conquistar a primeira vitória na temporada foi a explicação de Rosberg à pergunta do UOL Esporte na coletiva da FIA, depois da classificação. Com Hamilton largando lá atrás, Rosberg tem elevadas chances de ampliar a diferença de pontos na liderança do campeonato.

Rosberg respondeu: "Isso torna as coisas mais fáceis para mim porque ele é o meu adversário número 1. Portanto, vou pilotar com segurança ainda maior e tentar evitar me colocar em situações de risco desnecessárias a fim de garantir somar o máximo de pontos possível. Amanhã tenho realmente uma oportunidade de correr sem a sua pressão".

Depois de dez etapas, o alemão soma 190 pontos enquanto Hamilton, segundo, 176. Em terceiro está Daniel Ricciardo, da Red Bull, com 106, quarto no grid do GP da Hungria. O australiano já venceu, este ano, no Canadá, depois de Rosberg enfrentar de perda de potência. 

Ricciardo esteve o tempo todo atrás de Vettel, surpreendentemente, em Budapest. O que não que dizer que se largar bem, amanhã, não possa partir para cima de Rosberg. É agressivo, mas consciente do que faz.

Vettel, por sua vez, está com gana de voltar a vencer. É o tetracampeão do mundo e até agora, em 2014, não teve oportunidade por a unidade motriz da Renault não estar à altura da produzida pela Mercedes e não conseguir ser tão veloz quanto Ricciardo com o modelo RB10 da Red Bull. "Diferente do que estava acostumado na equipe nos últimos quatro anos", explica Vettel.

Isso tudo quer dizer que se o alemão da Red Bull, por exemplo, forçar na primeira curva, ou ao longo da corrida, Rosberg vai pensar duas vezes se vale a pena entrar na luta, pois um eventual segundo lugar, o que lhe daria 18 pontos, desde que Hamilton não se aproxime de fato dos primeiros, o que não é impossível, já o fará feliz provavelmente.

Pelo que fez no fim de semana até agora, parece difícil acreditar que Fernando Alonso, da Ferrari, quinto no grid, possa entrar na disputa. E sobre Felipe Massa, companheiro de Bottas, sexto na classificação, tudo o que a equipe espera dele é que receba a bandeirada e some pontos para o time, depois de duas corridas que sequer completou uma volta, ainda que em Silverstone não tivesse responsabilidade no acidente com Kimi Raikkonen, da Ferrari. 

O objetivo da Williams é terminar o ano como vice-campeã entre os construtores. Hoje a segunda colocada é a Red Bull, com 188. A Williams está em terceiro, 121. Precisa, de forma definitiva, contar com Massa.

No Circuito Hungaroring, os estrategistas da Ferrari erraram gravemente com Raikkonen, ao lhe manterem nos boxes, no Q1, por pensar que seu tempo, 1min26s792, seria suficiente para lhe permitir ascender ao Q2. Não era. Resultado, o finlandês, já desgastado no grupo, terá de largar em 16.º.

A Pirelli levou para Budapeste os pneus macios e os médios. Se não chover, o desafio de conter sua degradação será grande. O consumo é elevado no asfalto do circuito húngaro.     

A largada será às 14 horas, horário local, 9h em Brasília. Depois do GP da Hungria, a F1 entra de férias. Volta só com a prova de Spa-Francorchamps, dia 24 de agosto.

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