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Fórmula 1

Massa, bem mais relaxado, diz da importância do quinto lugar na Hungria

Livio Oricchio

Do UOL, em Budapeste

27/07/2014 14h06

Felipe Massa era um homem muito diferente, hoje, no Circuito Hungaroring, em Budapeste, depois de completar as 70 voltas do GP da Hungria e receber a bandeirada na quinta colocação. O piloto da Williams-Mercedes se apresentou para a entrevista após a prova distribuindo sorrisos, bem distinto do semblante tenso de todo o fim de semana até então. "Esse resultado foi importante para mim e para a equipe", afirmou. Daniel Ricciardo, da Red Bull-Renault, venceu a corrida mais sensacional do campeonato até agora.

Nos dois últimos GPs, Grã-Bretanha e Alemanha, Massa envolveu-se em acidentes e não terminou sequer a primeira volta. Era de extrema importância que na Hungria não ficasse fora dos pontos. A Williams distribuiu um comunicado horas antes da largada para informar que não iria atender a imprensa no grid. "Preciso me concentrar", justificou o piloto, com todo fundamento.

O companheiro, Valtteri Bottas, hoje, foi vítima do mesmo safety car que ajudou Massa na oitava volta, por ter passado a entrada dos boxes quando a competição foi neutralizada, e não conseguiu mais que a oitava colocação. A estratégia da Williams, também, de novo, não pareceu ser a mais eficiente.

Apesar de feliz por atenuar um momento difícil, Massa disse que seria possível fazer um pouco mais na corrida. Ninguém entendeu, por exemplo, por qual razão a Williams decidiu na primeira parada, na oitava volta, substituir os pneus intermediários do início, já que choveu pouco antes da largada, pelos médios e não os macios, já que teriam de fazer, ainda, mais um pit stop.

"Não foi fácil para a gente estar na pista com os pneus médios. Sofremos muito", contou Massa. Ele aproveitou a entrada dos boxes aberta, na oitava volta, a da liberação do primeiro safety car, e avançou da oitava para o terceiro lugar. Os quatro pimeiros colocados, Nico Rosberg, Meredes, Bottas, Fernando Alonso, Ferrari, e Sebastian Vettel, Red Bull, só puderam realizar o pit stop na volta seguinte e perderam suas posições para Ricciardo, Jenson Button, McLaren-Mercedes, e Massa.

"A equipe optou pelos médios porque nos treinos livres de sexta-feira os macios duravam poucas voltas e teríamos de permanecer na pista muitas voltas até o segundo pit stop", explicou Massa. Mas a temperatura do asfalto bem como a ambiente eram bem inferiores às de sexta-feira. O asfalto no primeiro dia atingiu 57 graus enquanto hoje, no fim da corrida, apenas, 37. No começo era inda inferior. Ricciardo, por exemplo, completou 31 voltas com os pneus macios, da 23.ª a 54.ª, fator que o ajudou muito a ganhar a segunda do ano.

Pelo rádio, Massa disse ter avisado à equipe que seria melhor usar os macios e não os médios. "Eles me falaram de novo sobre as nossas dificuldades com os macios (não durariam mais de 16 voltas) e prepararam os médios. Os outros colocaram o macio e eram bem mais rápidos que nós. Estávamos muito mais lentos."

De qualquer forma, comentou o piloto, o ritmo do modelo FW36 da Williams não se assemelhava ao apresentado nas três provas anteriores. "Não acho que teria carro, mesmo com os macios, para ficar na frente da Red Bull, Ferrari e Mercedes, hoje." Mas considerou, sim, um erro, a opção pelos médios. "Mas veja por exemplo a besteira que a McLaren fez. E eles são um time grande."

A organização de Ron Dennis manteve Jenson Button e Kevin Magnussen, seus pilotos, na pista, depois do primeiro safety car, com pneus intermediários, enquanto todos os demais trocaram os intermediários pelos lisos, já que o asfalto estava secando rápido e não havia previsão de mais chuva. Button acabou em 10.º e Magnussen, em 12.º.

O Massa da largada, na Hungria, pareceu tomar cuidados extras para evitar novo incidente. "Estava preocupado, sim, depois do que aconteceu nas últimas corridas. Não era para ter acontecido. Sou um piloto que presta bastante atenção para levar a prova até o fim." A postura mais prudente e menos agressiva o levou e perder duas posições, para Button e o alemão Nico Hulkenberg, da Force India-Mercedes, caindo de sexto para oitavo.

Com ar confiante novamente, demonstrando interesse na entrevista e com resposta mais longas, Massa afirmou: "Tenho certeza de que vou ter uma segunda metade de campeonato bem melhor". Nas 11 etapas disputadas, Massa somou 40 pontos, é o nono colocado, e Bottas, 95, quinto. O líder é Rosberg, 202, quarto hoje, seguido pelo companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton, brilhante terceiro colocado em Budapeste, com 191.

O próximo GP, agora, será apenas dia 24 de agosto, no circuito Spa-Francorchamps, na Bélgica. E depois a F1 vai para Monza, Itália, dia 7 de setembro, pistas que parecem sob medida para o carro da Williams, um dos mais rápidos nas retas. "Tomara, vamos ver, mas acredito que são, sim, favoráveis para nós", falou Massa.

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