Topo

Fórmula 1

Massa diz que conquistará mais pódios até o fim da temporada da Fórmula 1

Livio Oricchio

Do UOL, em Monza (Itália)

07/09/2014 13h09

Um ótimo resultado, no melhor momento possível. Assim poderia ser definido o convincente terceiro lugar de Felipe Massa, da Williams-Mercedes, no GP da Itália, neste domingo, no sempre especial autódromo de Monza. Pouco antes da largada, a Williams confirmou que Massa e Bottas seguem sendo os seus pilotos em 2015.

A dupla da Mercedes estabeleceu a sétima dobradinha da temporada, sendo que a prova foi a 13.ª do calendário. Desta vez quem venceu foi Lewis Hamilton, com Nico Rosberg em segundo. A diferença entre ambos, agora, caiu de 29 para 22 pontos e restam seis etapas para o encerramento do campeonato.

Há quem acredite que o "erro" de Rosberg, ao seguir em frente na freada da curva 1, responsável por Hamilton ultrapassá-lo para vencer, foi um gesto combinado.

Mais importante que conquistar o primeiro pódio com a Williams foi Massa mostrar ser capaz de conquistar ainda grandes resultados. Diante de seu companheiro de Williams, o finlandês Valtteri Bottas, ter obtido quatro pódios nas cinco últimas provas antes de Monza, e Massa nenhum, seu conceito de piloto ainda eficiente para um time potencialmente vencedor havia começado a entrar em xeque.

Massa falou depois da festa: "A corrida foi muito boa, sensacional, voltar o pódio aqui na Itália, onde passei grande parte da minha carreira, não apenas antes da Fórmula 1, mas na Fórmula 1 também, na Ferrari, é especial."

O piloto deu detalhes da competição disputada no mais veloz traçado da F-1. "Fiz uma ótima largada, passei o Hamilton, que acabou não largando bem, o meu companheiro de equipe, mas depois o Magnussen (Kevin Magnussen, da McLaren-Mercedes) veio freando tarde demais na curva 1, como sempre, procurei não entrar em contato com ele e fui ultrapassado."

Mais sereno que em outras ocasiões durante o fim de semana, Massa sabia ter condições de ganhar a posição perdida. "Meu carro estava se comportando muito bem e o Magnussen, na minha frente, começou a andar um pouco mais devagar. Tive a chance de ultrapassá-lo e aproveitei", disse Massa.

Foi na quinta volta, na freada da segunda chicane, a Variante della Roggia. Rosberg liderava com Massa, agora, em segundo, 3 segundos e oito décimos atrás. Hamilton havia tido um problema na largada e caiu de primeiro para quarto. "Depois de eu ultrapassar o Magnussen ele passou a segurar muitos carros atrás de mim, dando-me a chance de abrir boa vantagem", explicou Massa.

Com sua Mercedes W05 Hybrid mais rápida, Hamilton avançava na classificação até que na décima volta ultrapassou Massa na primeira chicane, a Variante del Rettifilo. A partir daí Massa correu sozinho, em terceiro, sem ninguém por perto até a bandeirada, ao final da 53.ª volta.

"Essas corridas em que você permanece sozinho são mais fáceis, é você contra você, não luta com ninguém. Corri grande parte do segundo stint (série de voltas sem parar nos boxes, depois do primeiro e único pit stop, na 23.ª volta) pensando apenas em acabar a corrida no pódio", comentou.

Visivelmente aliviado com o terceiro lugar no GP da Itália, Massa seguiu falando. "Como vi que a Mercedes estava longe (Hamilton, o já lider, tinha uma vantagem de 14 segundos para Massa na 30.ª volta), estava mais rápida e eu mais rápido dos que vinham atrás, comecei a arrancar o pé do acelerador pensando apenas em terminar a corrida no pódio, muito importante para a gente."

A Williams está numa luta feroz com a Ferrari pelo terceiro lugar entre os construtores. No fim do campeonato, ser terceiro ou quarto significa receber da FOM, dirigida por Bernie Ecclestone, cerca de 20 milhões de euros a mais ou a menos, o valor pago a Mercedes pelo uso da sua unidade motriz por ano. Daí Massa ressaltar a importância de marcar elevados pontos.

E nesse sentido a festa da Williams em Monza foi completa porque Valtteri Bottas, em outra excelente corrida, obteve o quarto lugar. Largou mal e caiu de terceiro no grid para décimo. Assim, com os  15 pontos de Massa e os 12 de Bottas, a Williams somou 27 pontos.

A Ferrari, apenas 2, do nono lugar de Kimi Raikkonen. Fernando Alonso, pela primeira vez no ano, abandonou, com problemas no sistema de recuperação de energia. Agora, a Williams tem 177 pontos, terceira, enquanto a Ferrari, 162, quarta.

Ocupando o terceiro lugar desde a décima volta, Massa falou sobre a parte final da prova. "Queria chegar no pódio. Sabia que teria de fazer um número elevado de voltas com aquele jogo de pneus duros (30 voltas) e não sabia como eles se comportariam no fim, mas não tive nenhum problema com os pneus."

Logo depois de receber a bandeirada e sair do carro, fez um gesto como que afastando de vez a fase que atravessou, quando por uma combinação de razões, por responsabilidade sua e mesmo obra do acaso, produziu bem menos de Bottas.  "Era parecido com isso", disse, rindo. Estava agradecendo a Deus e à torcida também."

Chegou a se emocionar. "Ouvir aquela torcida gritando o seu nome é impressionante, um grande prazer. Eu também tenho um carinho imenso por essa gente maravilhosa."

E afirmou projetando o futuro: "Faltaram alguns pódios para mim, este ano, mas não havia um GP melhor do que o da Itália para obtê-lo. Daqui até o final do campeonato a gente vai estar de volta a essa luta por mais pódios." O último pódio de Massa havia sido no GP da Espanha do ano passado, terceiro colocado, com Ferrari. Ficou 27 GPs distante dos três primeiros.

O contrato de Massa com a Williams é de três anos. E no primeiro ano a opção de renovar era de Massa, não da Williams, segundo se comenta no paddock. O piloto, portanto, permanecerá onde está, feliz da vida. E Bottas teve o seu contrato renovado por mais uma temporada.

Massa comentou: "Isso mostra quanto a Williams está forte não apenas para terminar a temporada como já pensando no ano que vem, quando poderá ter possibilidades de lutar até lá na frente."

Com o terceiro lugar em Monza, Massa soma, agora, 55 pontos, é o nono no Mundial. Bottas tem 122, quarto. O próximo GP será o de Cingapura, dia 21. "Dentre as seis provas que restam até o fim do campeonato, a de Cingapura deverá ser a mais difícil para nós", previu Massa.

Fórmula 1