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Mecenas do esporte: Morte de dono de Santander choca Pelé, Alonso e Massa

Durante evento, Alonso posa com o presidente do Santander, Emilio Botín - EFE/Javier Vázquez
Durante evento, Alonso posa com o presidente do Santander, Emilio Botín Imagem: EFE/Javier Vázquez

Bruno Thadeu e Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

10/09/2014 09h02

Um dos principais investidores da Fórmula 1, uma espécie de mecenas da categoria mais importante do automobilismo e também do futebol, Emilio Botín morreu nesta quarta-feira e chocou pilotos e dirigentes. O dono do banco Santander era próximo de muitos astros e gerou comoção e reação imediatas de nomes como Fernando Alonso e Felipe Massa. Além disso, ele recentemente também era patrocinador de Pelé, ídolo máximo do futebol, e Neymar.

Ao UOL Esporte, a equipe de Pelé enviou uma mensagem do ex-jogador sobre Botín:  "Eu fui abençoado de ter sido parte da família Santander sob orientação e liderança do Sr. Emilio Botín. Eu o conheço pessoalmente há cinco anos. Meu coração vai para a sua família e seus entes queridos, pela perda de um grande homem. Que sua alma descanse em paz.

No futebol, o Santander foi patrocinador da Libertadores e ficou notória sua participação em parceria com Pelé nos últimos anos. Pelé virou embaixador do banco, vestindo as cores e comparecendo a eventos com a marca.

O banco entrou na F1 em janeiro de 2007, como patrocinador oficial da McLaren, depois de o time fechar com Fernando Alonso. Foi uma estratégia para reforçar o posicionamento e a notoriedade internacional da marca junto a outros grandes bancos.

Em 2010, o banco trocou McLaren por Ferrari, em um acordo de 200 milhões de euros até 2017. Pouco depois, Alonso fechou com a escuderia italiana. Botín sempre demonstrou seu apreço pelo time. “A Ferrari é a melhor da história. Se fizesse um time de futebol, também a patrocinaríamos”, disse, em certa ocasião.

Fernando Alonso tão logo soube da notícia e também rendeu homenagem a ele. “Na última quarta-feira eu tive uma ceia com Don Emilio, planejávamos outra volta de bicicleta por Cingapura. Nos deixa um amigo, um grande amigo”, afirmou Alonso, da Ferrari, um patrocinado do banco Santander desde 2010, que ainda postou fotos com o empresário.

A relação de Botín com os pilotos era mais do que apenas a do mundo dos negócios. Ele comparecia pessoalmente a corridas, formava laços de amizade e entrava na vida pessoal de nomes como Alonso, Massa e Hamilton.

Felipe Massa postou uma foto de seus tempos de Ferrari ao lado de Botín: “Muito triste por perder hoje um grande amigo #EmilioBotin. Descanse em paz, Emilio. Obrigado por tudo o que fez por mim!! Muita força a toda a sua linda família”. Ele também classificou o empresário como um homem “alegre e apaixonado pelo esporte”.

A Ferrari também prestou homenagem: “Dia muito triste o de hoje. Nossos sinceros pêsames à família e aos amigos do presidente Emilio Botín".

“Meu querido amigo Emilio Botin morreu, um homem que me acolheu junto a sua família e sempre me deu apoio. Um grande homem que deixará saudade para muitos. Eu vou sentir sua falta”, disse Hamilton.

A morte de Emilio Botin aos 79 anos aconteceu na noite de terça-feira e foi comunicada pela própria entidade financeira nesta quarta. Em comunicado, o Santander indicou que hoje a comissão de nomeações e retribuições e o conselho de administração se reunirão para designar ao novo presidente do Banco.

 

 

Na vida pessoal, ele era ligado ao golfista Severiano Ballesteros, casado com sua filha, Carmen.

A vida de Emilio Botín

Nascido em 1 de outubro de 1934 em Santander, Botín foi herdeiro da tradição financeira de sua família, já que seu avô e seu pai também foram presidentes do Banco Santander, e começou a dirigir a entidade bancária em 1986, e foi um dos responsáveis pela sua expansão internacional.

Formado em Direito e Economia pela Universidade de Deusto, Emilio Botín ingressou aos 24 anos no Banco Santander, onde ocupou os postos de representante dos serviços centrais e de subdiretor-general.

Conselheiro do Banco Santander desde 1960, quatro anos depois foi nomeado diretor-geral e em 1971 foi eleito segundo vice-presidente do conselho de administração da entidade financeira.

Membro da Comissão Executiva do Banco Santander desde 1964, foi designado executivo-chefe em 1977.

Em 19 de novembro de 1986 foi nomeado presidente do Banco Santander e se tornou em um dos poucos gerentes financeiros que além de assumir a presidência da entidade, era seu principal executivo e máximo acionista.

Sua gestão se caracterizou pela estratégia de conquista do mercado internacional e por um processo de fusões e aquisições nacionais para conseguir a liderança entre os bancos espanhóis.

Emilio Botín era casado com Paloma O'Shea Artiñano e tinha seis filhos. Uma delas, Ana Patricia, dirige a filial britânica do Grupo Santander, Santander UK. 


 

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