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Fórmula 1

F-1 revê regra após batida de Bianchi; comissário brasileiro prevê mudança

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

06/10/2014 19h30

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) repensa o uso do safety car após o acidente do piloto francês Jules Bianchi, de 25 anos, da Marussia, no Grande Prêmio do Japão, no último domingo. A informação foi veiculada nesta segunda-feira pelo jornal britânico “Independent”. Para Felipe Giaffone, comissário brasileiro na FIA e convidado do Grande Prêmio do Brasil, a entidade deverá fazer mudanças já para o Grande Prêmio da Rússia, no próximo domingo.

Apesar de sugestões sobre uma proteção do cockpit e até de extinção dos tratores de guindaste, o debate imediato está apontado para o uso do safety car. O acidente de Bianchi só ocorreu daquela maneira porque a bandeira amarela acompanhada do safety car não foi imposta pela direção de prova de Charlie Whiting, que também é delegado de segurança da FIA. Bianchi colidiu com um trator que retirava a Sauber do alemão Adrian Sutil da curva 7 do circuito de Suzuka. Se a prova houvesse sido paralisada com o carro de segurança e só fosse dado prosseguimento quando o trator deixasse a área de escape, Bianchi, no máximo, teria colidido com a barreira de pneus.

“Era evitável. É lógico que era evitável. Se houvesse bandeira amarela, não iria acontecer”, diz Felipe Giaffone, ao UOL Esporte. O tricampeão da Fórmula Truck atua como comissário no GP do Brasil, ao lado de outros dois oficiais da FIA. “Eu estou lá dentro, trabalho como comissário e sei o quanto a sério eles levam isso. Não é um bando de idiota. Eles levam muito a sério. Segurança é o número 1. Isso vai ser mudado já para a próxima etapa. É rápido, não é que você precise mexer em algo maior. Sempre que tem um acidente desse tipo, a FIA estará vendo para mexer. Não vão ficar parados. É uma coisa horrível, mas é uma coisa de fácil ajuste ao mesmo tempo”, completa. O piloto Jacques Villeneuve, campeão da categoria em 1997, pediu o mesmo. 

A imagem da colisão de Bianchi com o trator que retirava o carro de Sutil mostra que um dos fiscais mostrava uma bandeira verde – que libera o andamento normal da prova – no momento da segunda batida. Pela faltas de imagem, porém, se havia sinalização de bandeiras amarelas antes da curva.

Giaffone acredita que, a partir de agora, a FIA obrigue que o safety car entre na pista acompanhado das bandeiras amarelas enquanto um trator ou fiscais de pista estiverem trabalhando na retirada de um veículo. Para o comissário brasileiro, mudanças como a proteção do cockpit, sugerida pelo engenheiro de performance da Williams, Rob Smedley, são iniciativas para o futuro.

“Vi alguns comentários sobre colocar a proteção do cockpit. Não sei se você teve a oportunidade de ver as imagens do acidente. Nesse caso, do jeito que foi, a proteção não ajudaria em nada. Para mim a proteção é algo para ser visto muito mais pra frente.  A mudança imediata é outra”.  

Acidentes como o que envolveu Jules Bianchi no último fim de semana poderiam ter acontecido em outras ocasiões. Nessa temporada, o mesmo Adrian Sutil teve a Sauber retirada por um trato na Alemanha, em Hockenheim, enquanto a corrida prosseguia sem safety car. O mesmo aconteceu no Canadá, em 2013. Apesar do exemplo do circuito de Monte Carlo, em Monaco, no qual tratores são substituídos por gruas por falta de espaço, Giaffone não crê que esta seja a melhor solução.

“O caminhão é mais prático. Tem várias equipes que ficam perto, que conseguem chegar no local. Em bandeira amarela, não tem problema nenhum. O que tem que trabalhar, na minha opinião, é trabalhar em bandeira amarela e livrar a pista o mais rápido possível. Para não ser aquela chatice que tem nos Estados Unidos ou até no Brasil. No meu ponto de vista, até metendo o pau na Truck, na Stock e na Indy, os promotores têm que trabalhar para tirar rápido os carros”, afirma, sobre as longas intervenções envolvendo o safety car em outras categorias, que acabam servindo para agrupar os veículos na pista. 

O diretor de comunicação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Matteo Bonciani, disse nesta segunda-feira que o estado de saúde de Jules Bianchi é "muito grave, porém estável". O piloto sofreu uma lesão na cabeça e passou por cirurgia no Hospital Universitário de Mie. Logo depois 

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