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Ex-médico da Fórmula 1 se diz 'arrasado' com acidente de Bianchi no Japão

Do UOL, em São Paulo

08/10/2014 10h58

Gary Hartstein, ex-médico da Fórmula 1, se disse "arrasado" com a lesão sofrida por Jules Bianchi no acidente sofrido pelo francês no Grande Prêmio do Japão. Em postagem em seu blog nesta quarta-feira, Hartstein explicou a gravidade da lesão do piloto da Marussia, mas afirmou torcer pela recuperação a curto prazo.

“Estou completamente arrasado por ter que pedir a vocês que voltem aos textos de dezembro e janeiro para mais informações sobre pressão intracraniana caso interesse. Não tenho coração para passar por isso de novo. Não com outro de vocês, caras”, disse o médico, comparando a situação de Jules Bianchi à situação sofrida por Michael Schumacher ao longo do primeiro semestre.

No texto divulgado nesta quarta-feira, Gary Hartstein explicou em detalhes a lesão axonal difusa (DAI, em inglês) sofrida por Jules Bianchi. Segundo ele, como o problema não tem um foco específico, pode nem sempre ser detectado por exames iniciais.

“A DAI não mostra nenhuma localização específica para o dano. Isto, particularmente, não é uma boa notícia, porque indica uma sistematização dos sintomas do paciente, tornando a reabilitação mais complicada”, descrever o neurocirurgião.

“Os axônios são o cabo da célula nervosa. Eles conduzem os impulsos nervosos mais rápido, então eles são cobertos por uma membrana de gordura. Quando você tem um grupo de axônios juntos, você tem massa cinzenta. Os corpos das células nervosas (neurônios) são acinzentadas (...). A DAI parece ser um dano à massa cinzenta do cérebro”, completou.

O medico explicou que a lesão axonal difusa de Jules Bianchi impede seu cérebro de processar informações de fala e audição, por exemplo. Embora o problema indique um prognóstico sombrio, Hartstein tentou passar confiança.

“Jules é jovem, forte, e vem sendo tratado por uma equipe soberba”, disse Hartstein, que trabalhou na Fórmula 1 entre 1990 e 2012.

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