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FIA justifica demora para liberar safety car no acidente de Bianchi

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

10/10/2014 16h33

A FIA finalmente apresentou nesta sexta-feira, na Rússia, um relatório sobre o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão do último final de semana. Nele, o diretor de provas da entidade, Charlie Whiting, justifica algumas das decisões tomadas no momento da batida, como a de não colocar o safety car na pista logo depois da escapada de Adrian Sutil. O trator que o francês da Marussia acertou depois entrou no circuito em um primeiro momento para resgatar a Sauber do alemão enquanto a corrida seguia normalmente. 

O dirigente explicou que acreditava que o trabalho dos comissários que tiravam o carro de Sutil do local seria rápido, o que faria com que apenas uma bandeira local seria necessário. 
 
“Colocamos bandeiras amarelas duplas, pois sentimos que o incidente seria resolvido sem ter que usar o safety car. O nível seguinte a isso é o safety car, mas o carro [de Sutil] estava longe da pista e na barreira de pneus, o que é um procedimento normal para nós nestas circunstâncias. Não vimos a necessidade de um safety car”, relatou Whiting. 
 
Ele ainda afirmou que o comissário que dava bandeira verde no posto em frente ao acidente (algo que chamou a atenção de muita gente após um vídeo de um tocedor mostrando o local circular na internet) estava correto, pois ele estava liberando a velocidade a partir daquele ponto, e no local do acidente. 
 
O inglês também comentou a demora para tomada de decisão sobre a paralisação da corrida e o envio de uma ambulância para realizar os primeiros socorros. 
 
“O carro não era visível. Meu primeiro pensamento ao ver a tela, onde vi o trator tirando o carro, foi de que ‘isso está levando muito tempo, mais do que eu esperava’. Então, eles disseram que o carro bateu no trator. O funcionários de pista receberam a mensagem do posto. Eu perguntei ‘o que você quer dizer?’, pois não podia ver o carro que bateu no trator. Levou um tempo para termos outra câmera e então vimos onde estava o carro. Perguntamos se o piloto estava machucado. Se alguém estava machucado. E, então, enviamos o safety car e o carro medico”, concluiu. 
 
Transporte por terra de Bianchi para o hospital
 
O médico chefe da FIA, Jean-Charles Piette, também explicou no relatório o motivo da opção de levar o francês de ambulância por terra e não de helicóptero, como é costume em atendimentos de emergência na Fórmula 1, acusando o mau tempo como um dos problemas. 
 
“O principal hospital de referência, que é o Centro Médico Mie, fica a 15 quilômetros do circuito. Normalmente leva 25 minutos para chegar em circunstâncias normais. Quando Jules sofreu o acidente, o médico chefe do local me disse que naquele momento, o helicóptero poderia decolar do circuito, mas não poderia pousar no hospital. Então, decidimos usar a ambulância para ir ao hospital. Com escolta da polícia, a duração da transferência foi de 32 minutos”, descreveu. 
 
Coordenador do resgate médico Ian Roberts negou, no entanto, que este tempo extra possa ter prejudicado o atendimento ao piloto da Marussia. “Ele estava monitorado muito de perto e chegamos ao hospital no mesmo estado que ele saiu [do circuito].”
 
Horário da corrida
 
Charlie Whiting criticou a postura dos organizadores do GP do Japão, que mesmo com a previsão de um tufão passar pela região do autódromo do momento da corrida, não quiseram mudar o horário da prova. 
 
“Eu sugeri aos organizadores considerarem fazer a corrida mais cedo. Eles não quiseram. Eu alertei que poderíamos não correr se não tivéssimos segurança, e tinha uma grande probabilidade para isso. Eles disseram não”, afirmou. 
 
No entanto, ele ressaltou que a decisão não tem ligação com acidente de Bianchi. 
 
 
 

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