Topo

Fórmula 1

Ferrari e Mercedes debatem motores na F1. E até calculadora virou argumento

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 08h26

A Ferrari e a Mercedes são protagonistas de um debate acalorado nos bastidores da Fórmula 1. O tema: o congelamento dos motores e os custos aplicados sobre eles em caso de adaptações desenvolvidas no decorrer da temporada.

A Mercedes defende que as especificações apresentadas no início da temporada sejam mantidas até o final do ano. Desta forma, a categoria seria capaz de cortar custos, uma das questões mais abordadas entre pilotos, equipes e organizadores nos últimos anos.

”Estamos desenvolvendo uma unidade de potência até o final do ano. Ela será fabricada, congelada e entregue a nossos clientes ao mesmo tempo”, disse Toto Wolff, diretor da Mercedes. “Se você tem um ciclo de desenvolvimento durante a temporada, e traz uma nova especificação no fim de junho ou de julho, então todo o processo de desenvolvimento está acontecendo duas vezes por ano”, completou.

A Ferrari, por sua vez, quer que as equipes possam continuar desenvolvendo seus motores no decorrer do ano. Para a escuderia italiana, a Mercedes quer manter o congelamento para, principalmente, proteger sua atual hegemonia na Fórmula 1.

“É natural que a Mercedes queira proteger o status quo. Quem não gostaria de estar na pele deles? E é natural que eles usem todos os argumentos à disposição para tentar fazer isso”, alfinetou um porta-voz da Ferrari, citado pela versão online da revista Autosport.

“A Ferrari, porém, mantém sua posição de que é interesse do esporte continuar a buscar inovação e desenvolvimento de forma a assegurar que os custos estejam sob controle e não em elevação, especialmente para as equipes menores”, completou.

A posição da Ferrari desagradou Toto Wolff. O dirigente da Mercedes adotou um tom ainda mais irônico ao rebater a hipótese de desenvolver motores durante a temporada sem subir custos, promovida pelos italianos.

“Não sei como eles fazem estes cálculos, mas provavelmente precisamos mandar uma calculadora para eles”, disse Wolff. “Não há como não gastar mais. Você irá gastar consideravelmente mais, e qualquer outro argumento deve-se ao fato de você não estar onde deveria estar”, completou, referindo-se ao desempenho da Ferrari na temporada.

Marco Mattiacci, chefe de equipe da Ferrari, não digeriu bem a provocação de Wolff. “Acho injusto que Toto tenha me oferecido uma calculadora, porque diz que não somos bons em cálculos”, disse Mattiacci. “Honestamente, de nosso ponto de vista, não haverá aumento de custos”, completou.

Fórmula 1