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Fórmula 1

Alonso vetado: pilotos já se deram mal por acelerar retorno às pistas

Do UOL, em São Paulo

03/03/2015 10h14

Acidentes como o que tirou Fernando Alonso da abertura da temporada de 2015 da Fórmula 1 já causaram problemas para outros pilotos no passado. Após sofrer uma concussão, como aconteceu com o espanhol em batida durante os treinos da pré-temporada, houve quem sofreu as consequências de retornar às pistas cedo demais.

O caso mais recente foi de Sergio Perez. Depois de sofrer um impacto de cerca de 60 vezes a força da gravidade na classificação do GP de Mônaco de 2011 e passar dois dias no hospital, o mexicano tentou voltar ao cockpit da Sauber duas semanas depois, no GP do Canadá. Porém, sentiu tontura nos treinos livres e acabou sendo substituído por Pedro de la Rosa.

“Eu tentei entrar no carro duas semanas depois e fiz um treino livre, mas estava me sentindo meio mal no carro e decidimos que não correria. Mas, duas semanas depois, eu voltei”, lembrou o mexicano, que também sofreu uma concussão no Principado.

De acordo com os médicos que examinaram Alonso, o veto para sua participação visa prevenir a possibilidade de um novo acidente. Disputado em um circuito de rua, com muros próximos, o GP da Austrália costuma ser palco de batidas.

É exatamente o que os médicos de Alonso querem evitar que aconteceu com Heinz-Harald Frentzen, em 2001, quando era piloto da Jordan. O alemão sofreu um acidente também em Mônaco, teve uma concussão, e depois bateu novamente nos treinos para o GP do Canadá, duas semanas depois. “Logo depois do acidente, não percebi nada de anormal mas, à noite, fui ficando cada vez com mais dores de cabeça, então decidi não correr em Montreal”. O piloto retornou às pistas normalmente duas semanas após a prova canadense.

Um dos primeiros a reagir no twitter após a confirmação de que Alonso não participará da prova da Austrália, Mark Webber também teve experiência semelhante ao espanhol. Após capotar de maneira espetacular no GP da Europa, em Valência, em 2010, o australiano teve o que chamou de “concussão retardada” e se disse “surpreso” com algumas reações de seu corpo após o choque. “Isso colocou mais pressão em mim quando voltei a pilotar o carro.” Webber, contudo, não ficou de fora de nenhuma etapa.

Ainda assim, quando foi anunciada a decisão no caso Alonso, Webber, que hoje está no Mundial de Endurance, publicou que “isso não surpreende, foi a decisão certa.”

A McLaren anunciou que Kevin Magnussen vai substituir Alonso na Austrália. O piloto sofreu acidente dia 22 de fevereiro, 19 dias antes dos primeiros treinos livres da temporada. Após a concussão, seus exames não apontaram qualquer alteração e os médicos declararam que o piloto “está perfeitamente saudável do ponto de vista neurológico e cardiológico”.

O time inglês salientou que Alonso se sente “em forma e pronto para correr” e já recomeçou seus treinos físicos, como preparação para o GP da Malásia, segunda etapa do campeonato, que será disputado dia 29 de março. “Inclusive, os médicos apoiam essa ambição do piloto, satisfeitos por ele não ter sofrido qualquer lesão.”

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