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Prost solta o verbo contra a Fórmula 1 atual: "Parece PlayStation"

O tetracampeão Prost hoje é comentarista de Fórmula 1 na TV francesa - Jon Super/AP
O tetracampeão Prost hoje é comentarista de Fórmula 1 na TV francesa Imagem: Jon Super/AP

Do UOL, em São Paulo

05/03/2015 09h34

Ele foi um dos grandes astros de uma época considerada por muitos como a era de ouro da Fórmula 1. E sentencia: os pilotos de hoje parecem que estão jogando videogame. O tetracampeão Alain Prost criticou os caminhos da categoria nos últimos anos e disse não entender alguns aspectos do esporte.

“É claro que eu não corro e não dá para ter a mesma sensação, mas hoje eu curto menos”, reconheceu em entrevista ao diário espanhol Marca. “Conheci a Fórmula 1 quando ela evoluía todos os dias, sem restrições, com motores barulhentos de 10 e 12 cilíndros e classifiquei com um motor Renault de 1.400CV de potência em 1986, mas sei que, se não tivéssemos parado as coisas, não seria possível continuar assim.”

Prost, que hoje é comentarista de Fórmula 1 na TV francesa, defende que a categoria vem se distanciando do lado esportivo.

“Eu mesmo tenho dificuldade em entender, talvez porque chegam a nós coisas como o dinheiro ou o rádio, que faz com que o piloto pareça pilotar um PlayStation, e tudo isso junto faz com que a Fórmula 1 não se veja realmente como um esporte. Temos de ser objetivos e, ainda que este esporte ainda seja fascinante, temos que fazer algo.”

Prost criticou, ainda, a mudança dos motores aspirados V8 para os turbo híbridos V6, realizada em 2014.

“É preciso fazer algo, mas há coisas que não entendo, como a mudança do motor ano passado, que foi uma grande decepção para mim, não foi um grande passo. Custou muito e não era o momento, para o fã a tecnologia não importa tanto quanto há 20 anos.”

Sobre a pré-temporada, o tetracampeão acredita que a Mercedes segue na frente, mesmo com o crescimento da Ferrari.

“É complicado julgar a não ser pelo feeling da vantagem da Mercedes. Será complicado tirar só em uma temporada a vantagem deles. A Ferrari deu um passo no motor, parece mais competitiva agora, e a Williams também está aí, como ano passado. Pode ser que a vantagem da Mercedes seja menor, mas eles serão difíceis de bater.”

Porém, fazendo uma previsão da temporada, o francês cololoca Valtteri Bottas, companheiro de Felipe Massa na Williams, e Daniel Ricciardo, da Red Bull, como possíveis candidatos ao terceiro posto, atrás de Lewis Hamilton e Nico Rosberg.

Perguntado a respeito do acidente da pré-temporada que tirou Fernando Alonso da abertura da temporada, dia 15 de março, na Austrália, Prost afirmou não saber mais do que os outros, mas reconheceu que há fatores estranhos na história. “Mas não quero julgar, mesmo que seja esquisito. O mais importante é que o piloto esteja bem.”

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